sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os Apóstolos em Jerusalém

Os Apóstolos em Jerusalém = vv. 12-14

Este texto sacro traz relatos:

Sobre o lugar onde Jesus ascendeu: Do monte chamado das Oliveiras (v. 12), parte da região onde se situava a cidade de Betânia (Lc 24.50). Lá, Ele começou seus sofrimentos (Lc 22.39), e de lá, Ele repreendeu seus habitantes através de sua ascensão gloriosa, mostrando que a paixão e a ascensão tinham a mesma referência e disposição. Assim, entrou no seu reino à vista de Jerusalém e dos seus cidadãos ingratos e desobedientes que não queriam que reinasse nas suas vidas.

A respeito de Jesus foi profetizado: Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém (Zc 14.4) e lá permanece. E continua: O monte das Oliveiras será fendido pelo meio (Zc 14.4). Do monte das Oliveiras, Jesus, que é a boa oliveira, de onde recebemos a unção, ascendeu (Zc 4.12; Rm 11.24). O texto estudado afirma que este monte fica perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado (v. 12).

Isso implica que a jornada era curta, e que os fiéis não necessitavam mais de caminhar em noite de sábado. Não mais que os devotos caminhavam em noite de sábado, depois do término da adoração pública, para meditação. Alguns consideram que o caminho de um sábado era mil passos, outros, dois mil côvados, o que resulta em perto de uns mil e quatrocentos ou mil e seiscentos metros.

Na realidade, Betânia estava cerca de quinze estádios de Jerusalém (Jo 11.18), mas aquela parte do monte das Oliveiras que ficava próxima a Jerusalém, de onde Jesus começou o seu triunfo, distava apenas mil e quatrocentos ou mil e seiscentos metros. A paráfrase caldéia de Rute 1 diz: Temos ordens para guardar os sábados e os dias santos, de modo a não ultrapassar dois mil côvados, texto que se baseia em Josué 3.4, onde diz que, na marcha dos israelitas para atravessar o rio Jordão, o espaço entre eles e a arca tinha de ser de dois mil côvados. Deus não os limitara, mas eles se limitaram. E possível, pois, que tal ensinamento enseje à elaboração de uma regra para viajarmos no sábado não mais que em seqüência ao trabalho desse dia, e isso consistiria não somente numa permissão, mas numa ordem (2 Rs 4.23).

Para onde os discípulos voltaram: Eles foram para Jerusalém, de acordo com a determinação do Mestre, ainda que lá eles estivessem em meio aos inimigos. Mas observemos que, embora fossem vistos imediatamente depois da ressurreição de Jesus e estivessem com medo dos judeus (Jo 20.19), sabemos que eles voltaram da Galiléia para Jerusalém sem serem notados ou procurados. Deus tem esconderijos para o seu povo no meio dos inimigos, e, dessa maneira, influencia Saul para que pare de procurar Davi.

Em Jerusalém, entrando eles, subiram ao cenáculo, onde habitavam (v. 13). Isso não quer dizer que todos se hospedavam e faziam as refeições juntos em uma sala, mas que se reuniam diariamente e juntos se dedicavam a exercícios religiosos na expectativa da descida do Espírito. Os estudiosos fazem inúmeras conjeturas no que concerne ao cenáculo. Alguns acham que era um dos cenáculos do templo. Mas não podemos pensar que os principais dos sacerdotes, que alugavam esses cenáculos, aceitassem que os discípulos de Cristo ocupassem algum desses compartimentos.

De fato, o próprio historiador sacro afirma que eles estavam sempre no templo (Lc 24.53), mas isso se refere aos átrios da Casa do Senhor (2 Rs 21.5), à hora da oração no templo (cap. 3.1), em cujas dependências ninguém lhes poderia negar o acesso. Pelo visto, este cenáculo era parte de uma casa em particular. Esta é a opinião do Sr. Gregory, erudito de Oxford, que cita um comentário de origem siríaca, o qual afirma ser esse o mesmo cenáculo em que comeram a Páscoa. Embora aquele lugar fosse chamado anogeon, e este hyperoon, ambos têm o mesmo significado. Conforme o erudito supracitado, “se era parte integrante da casa do evangelista João, como acreditava Evódio, ou da residência de Maria, mãe de João Marcos, como outros entendem, não há como sabermos ao certo” (Notas, cap. 13).

Quais discípulos reuniam-se no cenáculo. Os onze apóstolos são alistados por nome (v. 13). Consta também Maria., mãe de nosso Senhor (v. 14), sendo esta a última vez que seu nome ocorre nas Escrituras. Havia outros que eram irmãos de nosso Senhor, seus parentes segundo a carne (Rm 9.3). E para compor o grupo das quase cento e vinte pessoas (v. 15), podemos supor que todos, ou a maioria dos setenta (Lc 10.1) discípulos, estavam com eles.

Como os discípulos passavam o tempo: Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas (v. 14). Observe: 1. Os discípulos faziam oração e súplicas. Todo o povo de Deus é um povo de oração e que se aplica à oração. Essa era uma época de dificuldades e perigo para os discípulos de Cristo. Eles eram como ovelhas no meio de lobos. Está alguém entre vós aflito? Ore (Tg 5.13), pois isto silencia os cuidados e os medos. Eles tinham novo trabalho a fazer, grande trabalho, e, antes de se dedicarem a isso, perseveravam na oração (Rm 12.12) a Deus para que sua presença estivesse com eles nessa tarefa.

Antes de serem enviados na primeira missão, Jesus ficou certo tempo orando por eles. Agora são eles que permanecem certo tempo orando por si mesmos. Esperavam a vinda do Espírito sobre eles e, portanto, eram profícuos em oração. O Espírito desceu sobre nosso Salvador quando Ele estava orando (Lc 3.21). Os que estão na melhor postura para receber as bênçãos espirituais são os que estão na postura da oração. Jesus acabara de prometer que em breve enviaria o Espírito Santo. Esta promessa não era para substituir a oração, mas para motivar e incentivar à oração.

Deus será adorado devido às suas misericórdias e, quanto mais próximo o cumprimento das suas promessas, mais empenhados devemos estar em oração. 2. Os discípulos perseveravam {. . .1 em oração, passando muito tempo nessa prática, mais do que o habitual, orando freqüentemente e perseverando em oração. Nunca perdiam uma hora de oração. Decidiram perseverar nessa prática até que o Espírito Santo viesse sobre eles, de acordo com a promessa. Por isso, resolveram orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). O texto anterior diz que eles estavam louvando e bendizendo a Deus (Lc 24.53).

Aqui, Lucas afirma que eles perseveravam unanimemente em oração e súplicas. Assim como louvar a Deus pela promessa é um modo piedoso de implorar seu cumprimento, também o louvar pela misericórdia já recebida é uma maneira de implorar por mais misericórdia. Quando buscamos a Deus, damos-lhe a glória pela misericórdia e graça que possuímos nele. 3. Os discípulos perseveravam unanimemente em oração e súplicas. Isso evidencia que eles estavam juntos em amor santo e que não havia desavenças ou discórdias entre eles.

Aqueles que mantêm a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3) estão mais bem preparados para receber o consolo do Espírito Santo. Isso mostra ainda o acordo que havia entre eles nas súplicas que faziam. Embora um falasse, todos oravam, e se, quando dois [...] concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito (Mt 18.19), quanto mais quando muitos concordam com a mesma petição.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Comentário Bíblico Mathew Henry - Novo Testamento Edição Compelta

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