quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

SINAIS E MARAVILHAS NA IGREJA

SINAIS E MARAVILHAS NA IGREJA

TEXTO ÁUREO = “Na verdade, na verdade, vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14.12).

VERDADE PRÁTICA = A cura do coxo, que vivia a porta do Templo a mendigar, é a primeira prova de que Jesus tem poder para curar, mesmo após a sua ascensão.

LEITURA EM CLASSE - ATOS 3.1-10

INTRODUÇÃO

Em Atos 2.43, Lucas afirma: “e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”. A cura do coxo é uma amostra desses sinais. Isso também mostra que o poder de Jesus, para curar os enfermos, continua, o qual foi delegado aos seus discípulos.

I. JUDAÍSMO E CRISTIANISMO ANDAVAM JUNTOS

1. Hábito de ir ao Templo. Os judeus oravam três vezes ao dia: de manhã, ao meio dia e à tarde, “à hora nona” (Sl 55.17; Dn 6.10); ainda hoje os judeus religiosos o fazem. Naqueles dias essas orações eram públicas. Os muçulmanos oram cinco vezes ao dia. Nós, os cristãos, oramos continuamente (I Ts 5.17).
A ida desses dois apóstolos ao Templo “à hora da oração, a nona”, mostra que Cristianismo e Judaísmo ainda andavam juntos. Cristãos e judeus juntos adoravam a Deus, e a prática judaica ainda estava no cotidiano dos primeiros cristãos.

2. Hostilidades entre cristãos e judeus. Três fatores contribuíram para que os judeus se separassem do Cristianismo: a salvação pela fé, permitindo aos gentios seguirem a Jesus sem a observância da Lei; a divindade de Jesus; finalmente, a destruição de Jerusalém. A Cidade Santa era o símbolo da unidade (Sl. 122.2).

II. O LOCAL DA CURA

1. Lugar freqüentado pelos mendigos. “Porta do templo, chamada Formosa” (v. 2). Segundo Josefo, havia no Templo nove portas cobertas de ambos os lados com ouro e prata. Uma estava fora da casa, feita do bronze de Corinto, ornada de ouro e prata, que reluziam à luz do Sol, conhecida como porta de Nicanor ou porta Oriental. A maioria dos expositores identifica essa porta com a do texto. Por essa razão, era “chamada Formosa”. Além disso, ela dava acesso ao “alpendre chamado de Salomão” (At 3.11).

2. Esmola entre judeus e cristãos. “Para pedir esmola aos que entravam” (vv. 2,3). Os judeus até hoje consideram o ato de dar esmola como uma atitude religiosa e piedosa. Nós recebemos muita coisa do Judaísmo, o qual é o Cristianismo sem Jesus e o Espírito Santo. Devemos ser benevolentes com os menos favorecidos. O trabalho essencial da Igreja é a pregação do Evangelho. Mas nem por isso devemos deixar de lado os trabalhos sociais.

3. Vendo o lado social. Se pregarmos que Jesus é bom e é a solução dos problemas, e um irmão chegar diante de nós, dizendo que não um pedaço de pão para seus filhos, o que vamos fazer? Despedi-lo vazio, como condena Tiago: “Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.16). Jesus e seus apóstolos ensinaram a prática dessa virtude.

III. A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS

1. A grandeza do milagre. Lucas afirma que o paralítico era conhecido, em virtude de haver nascido coxo e por ser freqüentador da porta Formosa, na mendicância (v. 9). Isso para a magnitude do milagre bem como sua irrefutabilidade. Não se tratava de uma operação obscura, subjetiva e sem provas. Era uma realidade.

2. A pobreza não é obstáculo para Deus operar. O apóstolo Pedro alegou que não possuía ouro nem prata. Mas nem por isso deixou de ser um crente vitorioso. A alegria do cristão não reside na riqueza, mas em ter a vida eterna. Disse o apóstolo Paulo: “Como contristados, mas sendo alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo” (2 Co 6.10).

3. Interesse cristão pelas almas. “Olha para nós” (v. 4). O coxo, com certeza, foi surpreendido por essa ordem. Estava acostumado a receber as moedas lançadas pelos “piedosos” que não lhe davam atenção, ao entrarem no Templo.
Pedro não tinha dinheiro, mas possuía algo mais valioso e desejou oferecer ao necessitado paralítico. E dever do cristão ministrar as bênçãos de Deus para o necessitado, principalmente, numa situação como essa. Às vezes, é uma oportunidade para que essas pessoas as possam conhecer a Cristo.

4. O Nome que está acima de todo o nome. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno” (v. 6). Ninguém pode reconhecer o senhorio de Cristo, se não for pelo Espírito Santo (1 Co 12.2). O nome de Jesus é singular e está acima de qualquer outro nome (Ef 1.20,21; Fp 2.19,11). Muitas tentativas foram feitas pelas hostes do Maligno, para atacar o nome de Jesus. As testemunhas de Jeová afirmam: “O homem terrestre, Jesus de Nazaré, não mais existe” (Despertai! 22/12/1984, p. 20). As seitas pregam um Jesus estranho (2 Co 11.4). Mas o Jesus que nós pregamos é Senhor de tudo. Se Pedro evocasse o nome de um Jesus morto, que não existisse, jamais o coxo teria sido curado.

IV. REPERCUSSÃO DA CURA

1. O milagre era a prova de que Jesus estava com seus discípulos.
A cura foi instantânea e impressionante: “e, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (v. 8).
Esse homem era conhecido dos adoradores do Templo, pois vivia pedindo esmola junto à porta Formosa (v. 10). Imediatamente, entrou no Templo, glorificando e louvando a Deus, para surpresa e espanto dos presentes.
Jesus garantiu aos apóstolos que estaria com eles. Aí estava a prova. Cristo também afirmou que seus discípulos fariam obras maiores do que Ele (Jo 14.12).
“Maiores obras” diz respeito à quantidade e não à qualidade. A palavra grega aqui é meizon, grau comparativo de megas, “grande”. Também significa quantidade.

2. Perseguição tramada nos bastidores. O milagre aconteceu na área do Templo, local de atividade dos sacerdotes que eram saduceus na sua maioria (At 4.1; 5.17). Eles não estavam livres de Jesus: esse grupo que não cria na ressurreição (Mt 22.23; At 23.8). Mas agora eram obrigados a admitir que Jesus estava vivo. Isso ameaçava a sobrevivência da religião deles. Era um sinal para a conversão dessas autoridades do Templo, como aconteceu com muitos (At 6.7). No entanto, os saduceus promoveram uma perseguição contra a Igreja.

3. A trilogia. A mensagem de Jesus consistia na trilogia: ensinar, pregar e curar (Mt 4.23; 9.35). Isso Jesus mandou que seus discípulos fizessem (Mt 28.19,20; Mc 16.15- 19). É essa a mensagem que pregamos na atualidade. A cura do coxo teve repercussão em toda Jerusalém, mas, nos bastidores, estavam as autoridades, aguardando a oportunidade para investir contra a Igreja. O milagre da cura é de suma importância para a pregação do Evangelho.

4. O desafio dos apóstolos. Era comum naqueles dias as autoridades perseguirem os que praticassem uma obra extraordinária. Aconteceu com Jesus, após a ressurreição de Lázaro (Jo 11.53.). O mesmo sucedeu, quando Paulo, em nome de Jesus, curou um coxo em Listra (At 14.8-10, 19). Com Pedro não foi diferente. Mas isso contribuiu para levar mais almas a Jesus, que, aliás, era o objetivo de Pedro e João. Esse milagre elevou o número de crentes para cerca de cinco mil (At 4.4).

ALGUNS ESTUDOS BIBLICOS ABAIXO

ATOS CAPÍTULO 3 = PRIMEIRO ESTUDO

Versículos 1-11, Um coxo é curado por meio de Pedro e João; 12-26: O discurso de Pedro aos judeus.


Vv. 1-11. Os apóstolos e os primeiros crentes participavam de cultos de adoração a Deus, na hora da oração no templo. Parece que Pedro e João foram levados por direção divina a realizar um milagre em um homem de mais de quarenta anos, inválido desde o seu nascimento. No nome de Jesus de Nazaré, Pedro ordena que o homem se levante e caminhe. Assim, se intentamos com bom propósito a cura das almas dos homens, devemos em nome e no poder de Jesus Cristo chamar os pecadores incapacitados a se levantarem e andarem no caminho da santidade, pela fé nEle. Quão doce para a nossa alma é pensar que o nome de Jesus Cristo de Nazaré pode nos tornar íntegros, em relação a todas as faculdades paralisadas de nossa natureza caída! Com quanto gozo e santo entusiasmo andaremos nos santos átrios, quando o Espírito de Deus nos fizer entrar por eles através de seu poder!

Vv. 12-18. Observe a diferença na maneira de fazer os milagres. Nosso Senhor sempre fala como tendo poder onipotente, sem jamais vacilar para receber a maior honra que lhe foi conferida por seus milagres divinos. Porém, os apóstolos atribuíam tudo ao Senhor e se negavam a receber honras, exceto como instrumentos dEle, sem méritos. Isto mostra que Jesus era um com o Pai, e igual a Ele; enquanto os apóstolos tinham consciência de que eram homens frágeis e peca- dores, e em tudo dependentes de Jesus, cujo poder era o que curava.

Os homens úteis devem ser muito humildes. Nosso nome não deve ser glorificado, e sim o do Senhor. Toda coroa deve ser colocada aos pés de Cristo. O apóstolo mostra aos judeus a enormidade de seus delitos, mas sem a intenção de aborrecê-los ou levá-los a perderem a esperança. Com toda certeza aqueles que desprezam, rejeitam ou negam a Cristo o fazem por ignorância, e isso não será apresentado como desculpa em nenhum caso.

Vv. 19-21. A absoluta necessidade de arrependimento deve pesar solenemente na consciência de todos aqueles que desejam que seus pecados sejam apagados e que possam ter parte no refrigério que nada pode dar, senão o sentimento do amor perdoador de Cristo. Bem- aventurados são aqueles que têm sentido isto. Não era necessário que o Espírito Santo desse a conhecer os tempos e as estações desta dispensação.

Estes temas ainda estão obscuros, e quando os pecadores tiverem convicção de seus pecados, clamarão ao Senhor por perdão; o penitente convertido e crente terá tempos de refrigério na presença do Senhor. Em um estado de tribulação e prova, o glorioso Redentor estará fora do alcance da vista, porque devemos viver por fé nEle.

Vv. 22-26. Aqui há um forte discurso para advertir os judeus sobre as temíveis conseqüências de sua incredulidade, com as mesmas palavras de Moisés, seu profeta preferido, devido ao zelo fingido daqueles que estavam prontos para rejeitar o cristianismo e procurar destruí-lo. Cristo veio ao mundo para trazer uma bênção consigo, e enviou o seu Espírito para que fosse a grande bênção. Cristo veio abençoar-nos, convertendo-nos de nossas iniqüidades e salvando-nos de nossos pecados. Por causa de nossa própria natureza nos apegamos fortemente ao pecado; o desígnio da graça divina é nos converter disto para que possamos não somente abandoná-lo, mas odiá-lo. Que ninguém pense que pode ser feliz continuando em pecado quando Deus declara que a bênção está em apartar-se de toda iniqüidade. Que ninguém pense que entende ou crê no Evangelho se somente busca ser livre do castigo do pecado, mas não espera felicidade ao ser livre do próprio pecado. Ninguém espere ser livre de seu pecado a não ser que creia em Cristo, o Filho de Deus, e o receba como sabedoria, justiça, santificação e redenção.

A CURA DE UM COXO = SEGUNDO ESTUDO = Atos 3

Introdução

O livro de Atos descreve o início da Igreja. No capítulo anterior, estudamos o primeiro sermão, ministrado no dia Ia organização da Igreja. Vimos ainda a resposta ao primeiro apelo. Neste capítulo, passaremos a considerar o primeiro milagre apostólico.

1 - As Circunstâncias

1. A ocasião. “E Pedro e João subiam juntos ao templo hora da oração, a nona”. Os primeiros cristãos eram de nacionalidade judaica. Eles se reuniam para o culto num dos pórticos do Templo, privilégio concedido aos vários grupos religiosos entre os judeus. Eles se reuniam para o estudo das Escrituras. No princípio, ninguém os molestava. Consideravam os cristãos mais uma seita dentro do judaísmo, por mais fanática que lhes parecesse. Mais tarde, os líderes tiveram de abandonar esta idéia.

É provável que os primeiros cristãos tivessem três reuniões diárias. Isto devido ao costume judaico das três hora do culto divino no Templo (SI 55.17; Dn 6.10): à terceira hora, do sacrifício da manhã, equivalente às nove hora atuais; ao meio-dia, provavelmente um culto de ações de graças; e, finalmente, a reunião de oração que coincidia com o sacrifício da tarde, à hora nona, ou as atuais 15 horas. Foi neste último horário que Pedro e João entraram no; Templo para um período de culto cristão.

2. O lugar. Foi na porta Formosa que os apóstolos viram o coxo. O Templo era cercado por três átrios de mármore. Cada um num nível mais alto, subindo por lanços de degraus, a partir da entrada exterior no nível da cidade. O átrio mais baixo era o único ao qual os gentios tinham acesso. Subindo os degraus, chegava-se ao segundo átrio, o central, além do qual nenhuma mulher tinha o direito de subir. Então, mediante outro lanço de degraus, subia-se ao átrio superior onde estavam o altar e o santuário.
Em cima do lanço de degraus, no nível do Templo e dando acesso a ele, estava a porta Formosa. Era feita de latão de Corinto e ricamente ornada e coberta de ouro e prata que, com a luz do sol, brilhavam com glória reluzente.

3. O sofredor. “E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam”. Que contraste! Uma porta forte, bela, despertando a admiração de todos, e um pobre mendigo, vestido em trapos, procurando continuar sua existência à base de esmolas. Tais contrastes existem pelo mundo afora.

E assim continuam, até que alguém, dotado do poder de Deus, pronuncie a palavra que faz os fracos e débeis ficarem moral, física e espiritualmente tão belos quanto o Universo. Dia após dia, o homem era levado para o Templo. Esperava que os adoradores estivessem mais inclinados à caridade do que outras pessoas. Muitos aflitos esperam algo do calor da religião no meio da fria indiferença do mundo.

Cura

1. O pedido. “O qual vendo a Pedro e a João, que iam entrando no Templo, pediu que lhe dessem uma esmola. Mecanicamente começou a fazer suas lamúrias. Talvez não olhasse para os apóstolos nem esperasse receber coisa alguma.

2. A ordem que chamou a atenção. “E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós”. O mendigo tinha de ser despertado da sua letargia. Necessitava preparar a mente e o coração para receber uma bênção espiritual: “E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa”. As palavras de Pedro despertaram expectativa no mendigo. Foi arrancado do seu estado de desespero e alguma esperança começou a surgir na sua mente. Ninguém havia falado assim com ele antes. Os adoradores geralmente lançavam-lhe uma moeda quase sem olhar para ele. Aqui, no entanto, estavam dois homens que lhe dedicavam total atenção, como se tivessem verdadeira preocupação com a situação dele. Certamente era este o prelúdio de um presente fora do comum.

3.O presente inesperado. “E disse Pedro Não tenho prata nem ouro” - Podemos imaginar a decepção do mendigo! Pedro, no entanto, ainda não acabara de falar:
... mas o que tenho isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. Tinha algo melhor do que dinheiro para oferecer àquele homem necessitado (cf. 1 Pe 1.18,19). Pedro estava cumprindo o mandamento de Cristo que, após ter concedido poder milagroso aos apóSt0l05 disse “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 1O.8,9). Desta forma, o apóstolo tipifica a verdadeira Igreja de Deus, que, apesar de pobre quanto aos bens deste mundo, tem poder para realizar milagres. E muitas vezes, quando uma igreja já não pode dizer: “Não tenho prata nem ouro”, também perde o poder de dizer: “Em nome de Jesus Cristo, o. Nazareno, levanta-te e anda”.

4. A cura milagrosa. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram”. Notam-se três fatos com respeito à cura:

4.1. Foi em nome de Jesus Cristo. A palavra “nome”, conforme o emprego bíblico, está vinculada à personalidade e influência da pessoa. Quando o Antigo Testamento fala acerca do “nome de Deus”, está tratando da manifestação daquilo que Deus realmente é. E, quando Pedro levantou o coxo em nome de Jesus, estava invocando o poder e a virtude que estão contidos na personalidade de Jesus. O nome de Jesus é um nome salvador porque representa a pessoa do Salvador. Este nome só pode ser invocado por aqueles que têm verdadeira fé nele (cf. At 19.13-16). “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome... e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16.17,18).

4.2. A cura foi realizada mediante a fé. “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3.16). O coxo exerceu um pouco de fé, ou foi Pedro que exerceu toda a fé? O Senhor sempre requer fé, quando possível, da parte daqueles a quem cura. Portanto, temos a certeza de que este homem deu alguma resposta de fé (cf. At 14.8-10). Será que o coxo ouvira o Evangelho, de forma que sua fé pôde ser despertada mediante a Palavra de Deus? (Rm 10.17). E provável que o homem já tivesse visto Jesus passar por aquela porta, e que tivesse ouvido acerca dos seus ensinos, crucificação e ressurreição. As pessoas, certamente, tinham comentado perto dele os eventos do Pentecoste e o poder de Jesus para salvar os pecadores. Guiados pelo Espírito, Pedro e João pararam e discerniram a semente de fé no coração do homem. Falaram palavras que ajudaram à fé expressar-se mais plenamente. Imediatamente à fé frutificou de tal maneira que a folha, a espiga e o grão maduro cresceram de uma só vez.
Por outro lado, pode ser que a autoridade da ordem dada por Pedro, em nome de Jesus, tivesse bastante influência para produzir a fé salvadora. O endig0 pode ter sido suficiente ente singelo para crer em tudo quanto Pedro disse.

4.3. A cura foi levada a efeito mediante poder sobrenatural!. “E logo os seus péS e artelhos se firmaram”. Este home1 não foi curado pelas sugestões da sua própria mente, vivíficando suas ergia5. Foi, flO entanto, pelo poder sobrenatural da parte de Deus que lhe sobreveio de cima e de fora dele.

5. A seqüela feliz. Pedro e João cont1fluam seu caminho para o culto, tendo agora um acompanhante feliz: “E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no Templo, andando, e saltando, e louvando a Deus”. Esta maneira pouco clássica de entrar no Templo deve ter causado surpresa e até repúdio a alguns dos frios freqüentadores do culto.
Quando porém um coxo de nascença recebe a cura milagrosa e instantânea mediante o poder de Deus, manter a aparência é de pouca importância. O simples andar não parecia suficiente ao homem que achava tão maravilhosas suas novas capacidades.

“E todo o povo o viu andar e louvar a Deus e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do Templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera. E, apegando-se o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles...” Este i1agre tinha um propósito muito prático - exaltava o nome de Jesus e dava publicidade aos pregadores do evangelho.

Com isso uma grande multidão se dispôs a escutar a mensagem. Pedro diz que Jesus é a fonte do poder milagroso. Não por ter ele operado na terra, mas por estar agora assentado à destra de Deus. Estas palavras exigiam muita coragem, para serem faladas no Templo. Elas colocavam Pedro sob o risco de s levado à prisão. No entanto, Pedro possuía o heroísmo que um Cristo morto nunca poderia ter concedido. Sua própria atitude, e não somente as palavras que falava, se constituía em evidência de que Cristo realmente estava vivo.

III - Ensinamentos Práticos

1. “Cooperando com eles o Senhor” (Mc 16.20). Os que negam o sobrenatural precisam explicar uma coisa. Os primeiros missionários eram membros sem influência, de urna nação desprezada. Corno, então, conseguiram fazer progredir a religião de Cristo, face à cultura da Grécia e de Roma? e ao ponto de obter a supremacia, apesar das suas doutrinas de abnegação. O segredo do triunfo do Cristianismo não se achava na qualidade dos homens que o pregavam. Estava sim, na pessoa de Cristo, por eles pregado e de quem recebiam o poder.
O general inglês Wellington calculava que a presença de Napoleão no campo da batalha valia por 40.000 soldados. Não somente por sua perícia corno comandante, mas também porque sua presença inspirava coragem e confiança na vitória. A presença de Cristo no campo de batalha espiritual vale muitíssimo mais: “E eis que eu estou convosco todos os dias...”

2. A mão que ajuda. “E, tornando-o pela mão direita, o levantou”. Certo criminoso deixou seus maus caminhos e dedicou-se à vida cristã. Tudo porque o conde de Shaftesbury, famoso político cristão que lutava por reformas sociais, o tornou pela mão e amorosamente lhe disse: “Você ainda virá a ser um homem de verdade!”

3. Mais precioso do que ouro. “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou”. Nos períodos históricos em que a Igreja tem tido quantidades de ouro e prata, não tem havido poder espiritual. A tradição judaica diz que no Templo de Jerusalém havia uma flauta feita de taquaras. Remontando aos tempos de Moisés, ela possuía uru som maravilhoso que encantava os adoradores. Quando, porém, os sacerdotes resolveram revestir a preciosidade com camadas de ouro, o som ficou metálico e antipático até grosseiro. O ouro estragara suas notas doces e claras. A Igreja de Jesus Cristo começou com uma nota celestial e gloriosa.
O institucionalismo e o mundalismo, no entanto, muitas vezes chegaram a estragar a pura mensagem do Evangelho. Fiquemos firmes na simplicidade que há em Cristo.

4. Mordomos de Deus. “... mas o que tenho isso te dou”. Toda pessoa que está em comunhão com o Senhor Jesus tem algo, ou pelo menos deve ter, para oferecer aos espiritualmente necessitados. Mesmo os que não possuem bens materiais podem oferecer o que têm: uma palavra de testemunho ou encorajamento, uma oração.

Algo que seja como uma mão auxiliadora para tirá-lo de sua incapacidade espiritual. Certo reformador e novelista disse a um mendigo, magro e com frio, que lhe implorara uma esmola: “Não fique zangado comigo, irmão, não tenho nada para dar”. O rosto pálido iluminou-se, e os lábios roxos de frio formaram um sorriso. “Chamou-me de irmão, afinal, e este foi muito grande”. passando por lá uma hora mais tarde, o reformador ainda viu o sorriso nos lábios do mendigo. Deu-lhe algo melhor do que ouro e prata.

BorroW, autor inglês disse que certa vez um grupo de ciganos vinha atrás dele, clamando: “Dá-nos Deus!”“Eu não sou nem sacerdote nem ministro”, respondeu ele. “E só posso lhes dizer: Deus tenha misericórdia de vocês”. Jogou algumas moedas às crianças e afastou-Se. Urna das mulheres gritou para ele: “Não queremos dinheiro! Temos bastante. Dá-nos Deus!” Se você estivesse lá, quanto de Deus poderia ter oferecido àquela mulher?

5. Deixando o caminho livre para Deus. Pedro e João viram a admiração do povo crescendo, a ponto de se transformar em idolatria. Então, desviaram deles a atenção a fim de concentrá-la exclusivamente no Mestre. Quando a adoração manifestou-se nos corações, os dois se afastaram e apresentaram a pessoa de Jesus. O Senhor recebeu, assim, todo o louvor e glória.

Quando Leonardo da Vinci completou seu célebre quadro da Ultima Ceia, convidou um amigo para apreciá-lo. “O quadro é primoroso”, exclamou o amigo. “Aquela taça de vinho se ressalta da mesa em prata maciça e brilhante”. Sem esperar mais nada, o artista tomou um pincel e apagou a pintura da taça, dizendo: “Minha intenção era que a pessoa de Cristo atraísse em primeiro lugar o olhar das pessoas, e qualquer coisa que desvia dele a atenção precisa ser apagada”.
Bem-aventurado é o obreiro cristão que, tendo despertado o interesse das multidões, saiba levá-las a Cristo.



6. Ferindo a fim de sarar. Whitefield pregava a grandes auditórios de mineiros de carvão. Havia tanta gente que era difícil ler as emoções nos rostos. Todos cobertos por camadas de pó. Vendo as marcas brancas, feitas pelas lágrimas no meio do carvão, sabia que a Palavra já tinha alcançado os corações. Então, deixava os aspectos da lei e de condenação e anunciava a graça e a consolação.
Pedro amava de todo coração seus compatriotas. Contudo, não deixou de lhes fazer profundo corte nas consciências (vv. 12-19). Corno um cirurgião capaz, que corta para curar. As pessoas só valorizam o Salvador quando percebem quão grande é o seu pecado e que estão perdidas. Spurgeon dizia que, para se levar um homem à salvação, é preciso primeiro levá-lo a reconhecer que está perdido.

7. Uma escolha fatal. “Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida”. Jesus tinha a reputação de bondade e pureza entre o povo. Barrabás era revoltoso e assassino. Provavelmente lançava mão de um falso patriotismo como pretexto para roubar. A multidão, surgindo a possibilidade da escolha, rejeitou Jesus. Ele não tinha satisfeito suas expectativas nacionalistas. O espírito demonstrado na escolha de Barrabás frutificou de modo lógico na revolta de 68 d.C. Iniciando então a mais terrível calamidade sofrida pela nação em toda a sua história. A natureza humana não mudou. Poucos negariam as virtudes de Jesus. Porém, nas escolhas práticas da vida o rejeitam em favor das riquezas, da fama, dos prazeres ou poder. Quem faz estas escolhas nunca acha paz e felicidade sólidas e permanentes. Estas são propriedades exclusivas dos que escolhem o Galileu.

CONCLUSÃO

Jesus garantiu estar com sua Igreja até “a consumação dos séculos” (Mt 28.20), operando os mesmos milagres (Mc 16.16-20). Nós somos a continuação dos cristãos primitivos. Por isso, vemos os mesmos sinais na atualidade e em todas as partes. Jesus Cristo é o mesmo. Ele não muda (Hb 13.8). Portanto, esses sinais são para os nossos dias.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – M

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Atos – Myer Pearlman
Comentário Bíblico Mathew Henry
Lições bíblicas CPAD 1996

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Centenário (temos motivos para comemorar

Centenário (temos motivos para comemorar?)









Na igreja primitiva, onde imperavam a união, a comunhão e o partir do pão, também, tinha seus contra tempos. Isto além de Ananias e Safira (At 5.1-10). Não devemos ter esta miragem de que a igreja primitiva, era isenta de fofocas, pecados ou qualquer outro problema que temos hoje. Porém, os irmãos marchavam olhando para Jesus.



A Igreja de Corinto, uma igreja abençoado, e como o próprio Paulo afirma, os dons espirituais não faltavam na igreja (1Co 1.7). Mas esta também não estava isenta de problemas. A divisão, o pecado e diversos outros fatores, motivaram Paulo a escrever uma carta objurgatória aos irmãos de Corinto. Mas isto não foi motivo para desânimo, consternações e revoltas, mas marchavam para o alvo.



Nas igrejas da Ásia, João cita outros indivíduos que causavam males nas igrejas (1 Jo 2.19; 4.1; 2 Jo 1 a 12). Escreveu nas suas cartas, mensagens de alertas contra estes falsos mestres. Mas a igreja marchava alegre comemorando cada alma, cada conquista no Senhor.



Ao longo dos séculos, não só a perseguição era a prova da igreja, mas também os próprios irmãos que se revoltavam contra o trabalho. Quantas discussões os pais da igreja tiveram contra estes falsos profetas. Quantas divisões os trabalhos sofreram. Mas estavam com um objetivo, chegar ao alvo para o prêmio da soberana vocação.



Temos exemplos nas igrejas históricas, nas tradicionais, de problemas semelhantes que sofreram ao longo do tempo. Mas estas igrejas fincaram suas bandeiras de lutas, e continuaram conquistando terreno para o reino de Deus.



No ano do centenário, temos motivos para uma comemoração histórica. Apesar das dificuldades que sofremos em relação às divisões. Muitos pontos negativos poderíamos colocar aqui, como uma forma nula para o centenário. Ministérios que se desvincularam da CGADB, dolos de obreiros que causaram escândalos nacionais, com envolvimento político.



A infidelidade de líderes, e o Ministério Público na investigação de dinheiro no paraíso fiscal. A luta para se manter no poder, ou o duelo a qualquer preço para adquirir este poder. A briga de líderes na justiça comum, e uma cadeia de outros pontos negativos que poderíamos citar contra a comemoração do centenário.



Isto sem falar na deturpação doutrinária dos últimos anos, os modismos que assolam as igrejas, a exposição exacerbada da teologia da prosperidade, como também a busca incessante pelas riquezas nas igrejas. E os desrespeitos às almas que precisam da nossa ajuda para a salvação.
Mediante tudo isto, alguns estão desmotivados para a comemoração do centenário. Outros citam mais pontos negativos que positivos para se comemorar. Mas afinal, temos ou não motivos para as celebrações?



A igreja do Senhor é vitoriosa, ao longo dos séculos, apesar das barreiras infernais, vem vencendo a cada dia. Antes o diabo vinha de encontro à igreja com leões, fogueiras, impérios, espada... E não teve êxito, hoje ele mudou a forma de atacar. Aparece no meio do povo com uma Bíblia, e de terno, dirigindo suas palavras para a divisões, contestações, brigas, discrepâncias. Promove rachas, além de desvirtuar a verdadeira mensagem bíblia.



Mas a igreja também tem contrastado, sempre temos remanescentes, sempre temos os sete mil que não se dobram a baal. Quando Constantino promoveu a igreja como Religião Oficial do Império, e mudou o foco da igreja, os cristãos verdadeiros, seguidores de Cristo e da palavra, se distanciaram, e não deixaram se embaralhar.



Nestes cem anos, a igreja granjeou terreno, são milhões de almas salvas. A igreja alcançou o prestígio internacional. O conhecimento bíblico é prodigioso, em relação ao princípio, a CPAD, (falando dos pontos positivos), é uma ferramenta de ensino e evangelização suma.
Quantos ministros sérios a CGADB possuem? Pessoas que se destacam no Brasil e no Mundo com sua habilidade, e integridade.



Quantas almas transformadas pelo poder da palavra de Deus. Sabemos que a psicologia, psiquiatra ou ciências nenhuma transforma uma alma. Mas Jesus transforma, e milhões de almas hoje compõem as Assembléias de Deus.



Temos motivos para solenizar os cem anos, estamos alegres por termos conquistado muito, estamos felizes por contribuirmos com uma fração para o Reino de Deus. Apesar das consternações, Deus está com sua igreja. Sabemos que Deus vai arrebatar a Igreja da Igreja, a banda contaminada da igreja ficará se não houver concerto. Mas a igreja sadia subirá se permanecer fiel até o fim.



As palavras de Jesus para a igreja se cumprem cabalmente, nestes cem anos. “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
Na paz

sábado, 8 de janeiro de 2011

AVIVAMENTO ESPIRITUAL A MISSÃO DINAMICA DA IGREJA

AVIVAMENTO ESPIRITUAL A MISSÃO DINAMICA DA IGREJA

TEXTO ÀUREO = “Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo” (1 Ts 1.5).

VERDADE PRATICA = O avivamento espiritual da igreja deve ser preservado,para que ela prossiga renovada no Espírito e dinâmica em sua missão ma Terra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = I Tessalonicenses 1.1-10

INTRODUÇÃO

Atos 17.1-12 relata o início e o crescimento da igreja em Tessalônica, cidade comercial da Macedônia, na Grécia. Naqueles tempos, houve um grande avivamento espiritual mediante a pregação da Palavra de Deus (1 Ts 1 .5). Foi um movimento do Espírito tão maravilhoso que serviu de modelo para todas as demais igrejas da região (1 Ts 1.7).

I. A CHAMA DO AVIVAMENTO DA IGREJA TESSALÔNICA (1 Ts 1: 1-3

1. A chama do zelo e do fervor espiritual (v. 1). O apóstolo Paulo identifica os destinatários da epístola como “a igreja dos tessalonicenses”. Ele difere no endereçamento quando diz “dos tessalonicenses”, e não “aos” tessalonicenses, indicando que aquela igreja tinha identidade própria. Ou seja, desde o seu nascimento, o zelo e o fervor espiritual daqueles cristãos era uma marca que os caracterizava.

2. A chama da fé ativa (v.3). Aqui vemos que a igreja creu e desenvolveu uma fé dinâmica e crescente: “a vossa fé cresce muitíssimo” (2 ts 1.3). Nesse texto, estão três grandes virtudes do cristianismo: fé, amor e esperança. A expressão “obra da vossa fé” (v.3) não se contrapõe à justificação pela fé. Essa “obra” não é um ato de justiça que justifica o homem diante de Deus (Is 64.6; Ef 2.8,9). Na verdade, a “obra da fé” se refere ao desempenho espiritual do cristão, pela fé, depois de salvo.

3. A chama do amor em ação. “Trabalho do vosso amor” (v.3). Não se trata de amor filantrópico, mas do amor gerado pelo Espírito Santo, como “fruto do Espírito” (Cl 5.22). Não é apenas de “um ato de amor”, mas do trabalho contínuo a favor do evangelho de Cristo.

4. A chama da esperança. A frase “paciência da esperança” (v.3) tem a ver literalmente com: “resistência, constância ou perseverança da esperança”. Só tem essa esperança quem sabe esperar em Deus. Aquela igreja enfrentou perseguições e adversidades, no entanto, o apóstolo a elogia pela capacidade que teve em manter acesa a chama da esperança.
É nas adversidades que devemos manter a esperança, pois temos realmente o que esperar, segundo as promessas de Deus: “Fiel é o que prometeu’ (Hb 10.23).

II -MANTENDO A CHAMA DO AVIVAMENTO ACESSA

1. A chama inicial deve permanecer acesa (1 Ts 2.1). Afirma o apóstolo: “bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã”. Ele queria saber do resultado de todo trabalho pioneiro que ali fora realizado com muito sacrifício. Graças a Deus, o trabalho realizado não tinha sido inútil. O resultado era patente na vida daqueles irmãos. A igreja precisa manter acesa a chama do “primeiro amor”.

2. A chama da pregação precisa ser reavivada (1 Ts 2.13). O evangelho tem sido pregado com abnegação e fervor? Lamentavelmente, o que mais se vê são pregadores e mestres presunçosos, vaidosos, gananciosos e trapaceiros, que apesar de na aparência não demonstrarem nada disso, revelam-se nas atitudes. Aquele espírito amoroso e sacrifical que deve permear a mente e o coração dos pregadores, parece ter desaparecido. O evangelho como Paulo pregava era eficaz. A mensagem que aqueles crentes recebiam era a própria Palavra de Deus (v. 1 3). Por isso, tornavam-se imitadores das igrejas de Deus (v.1 4). No versículo 20, Paulo fala de sua alegria pelos frutos resultantes de seu ministério para Deus, pois a igreja de Tessalônica era, de fato, a sua glória e alegria, na presença de Deus.

III - A CHAMA DO AVIVAMENTO E A VOLTA DO SENHOR Ts 4: 13-18)

1. A chama da pureza moral (1 Ts 4.1-12). Paulo sabia que, enquanto a Igreja aqui estivesse, seus membros estariam sujeitos às tentações e pecados na sua vida cotidiana. Por isso, no texto bíblico acima mencionado, três coisas da vida do crente são tratadas pelo apóstolo: a pureza moral (vv. 1-8), o amor fraternal (vv.9,10) e o trabalho honesto (vv. 11,1 2).
Quanto à pureza moral, fala da maldita realidade da prostituição em suas várias formas. Esse tipo de pecado da sociedade deve ser totalmente rejeitado por um crente que ama ao Senhor (1 Ts 4.1,2). O “amor fraternal” é o tipo de relacionamento que deve ser cultivado pelo cristão (1 Ts 4.9,10). Sobre a prática do trabalho honesto, devemos evitar atitudes que desabonem nossa conduta ou que representem engano, negligência e irresponsabilidade em nossas atividades di- árias, sejam elas quais forem (1 Ts 4.11,12).

2. Corrigindo conceitos equivocados (4.1 3). Paulo soubera que entre os cristãos de Tessalônica propagavam-se equívocos doutrinários referentes à situação dos mortos em Cristo e acerca da volta do Senhor. A liderança da igreja tem a responsabilidade de esclarecer doutrinaria- mente os enganos dos crentes, bem como seu desconhecimento das doutrinas vitais da Bíblia. Foi justamente o que Paulo fez: “Não quero que sejais ignorantes acerca dos que dormem” (v.1 3).
3. A verdade acerca do estado dos mortos (1 Ts 4.14-1 7). A Bíblia ensina que, num determinado momento da sua vinda, o Senhor voltará apenas para a sua Igreja, constituída pelos vivos e pelos mortos em Cristo. Nesta fase, Jesus virá até as nuvens, e ouvida a voz de convocação para os santos (v.16), os “mortos em Cristo” ressuscitarão primeiro, e num “abrir e fechar de olhos” (1 Co 15.51), subirão ao encontro do Senhor nos ares.
Os vivos ouvirão, em seguida, a chamada do Senhor, e já transformados do seu estado material para o espiritual, subirão ao encontro do Senhor juntamente com os que foram ressuscitados (v.1 7).

CONCLUSÃO

Nesta lição, destacamos o fato de que todos os valores doutrinários da Bíblia continuam tão atuais quanto foram no passado. O papel da Igreja, hoje, é manter acesa a chama do avivamento espiritual para preservar os ensinos e valores bíblicos para que podemos enfrentar todo mal que nos queira nos desviar da presença de Deus.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2007

O AVIVAMENTO CONTÍNUO DA IGREJA

O AVIVAMENTO CONTÍNUO DA IGREJA

TEXTO ÁUREO = “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).

VERDADE PRATICA
Avivamento espiritual é uma intervenção divina na vida da igreja, onde e quando Deus quer em resposta ao clamor do seu povo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - APOCALIPSE 3.14-22

Laodicéia era uma cidade rica e soberba, da província romana da Ásia (hoje, Turquia). Profeticamente, figura a igreja dos “tempos trabalhosos” que precedem a volta de conforme descreve 2 Timóteo 3.1-9. Laodicéia é um nome composto que, numa tradução livre, significa “direitos humanos”; “o povo mandando”; “democracia”. Os direitos de Cristo são ignorados pelo crente e igreja. Biblicamente, a igreja deve ser teocrática: “minha igreja”, diz o Senhor (Mt 16.18; IS 43.1).

I. CRISTO E O SEU CARÁTER (V. 4)

A igreja de Laodicéia era material e socialmente próspera, por situar-se em uma cidade muito rica. A Bíblia e a história mostram que, quase sempre, quando um povo ou indivíduo prospera, costumam dar as costas para Deus. Israel fez isso (Dt 32.15). A igreja de Laodicéia também. Neste particular, a Palavra de Deus adverte a todos: “se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10; Dt 6.10-12;Jr 17.11; Lc 12.15, 20, 21; 1 Tm 6.6-10).

1. Cristo, o “Amém” (v.14). Ele chama a Si mesmo “o Amém” (2 Co 1.20).
Deste modo, identifica-se como Deus, que assim também é chamado no original (Is 65.16). O termo significa “firmeza”, “certeza”, “estabilidade”, “imutabilidade”, e daí, “verdade” absoluta. Jesus ao declarar “Eu sou a Verdade”, usou o termo “amém”. A expressão “em verdade, em verdade” empregada por Jesus, no original, é “amém, amém”.

2. Cristo, a testemunha fiel e verdadeira (v.14). É uma extensão do sentido do nome divino. Ele veio a este mundo para dar o perfeito testemunho da Verdade de Cristo, (Jo 18.37). Numa igreja avivada pelo Espírito, o testemunho de Jesus é manifesto e notório de muitas maneiras, enquanto na que se distancia de Cristo, nada há que atraia os pecadores para serem salvos.

3. Cristo, “o princípio” da criação de Deus (v.14). Ele é o Criador, a fonte, a origem, a razão de ser de tudo o que existe (Jo 1.3; Cl 1.16). Esta preeminência de Cristo é uma reprimenda ao orgulho dos laodicenses de então, e de hoje. É também a maneira graciosa do Senhor Jesus assegurar a igreja, que Ele pode recriar e fazer novas todas as coisas (Ap 2 1.5; Jó 14.7-9).

4. O proceder dos crentes laodicenses. “Eu sei as tuas obras” (v. 15). Antes da conversão, as obras são nulas para Deus (Ef 2,8-10; Tt 3.5), mas como efeito da salvação, agradáveis a Deus (Ef 2.10; Tt 3.8; Mt 5.16; Ap 14.13). O Senhor sabia tudo o que os crentes de Laodicéia praticavam, a partir do seu pastor (v.14).

II. A COMUNHÃO DA IGREJA EM LAODICIA (VV. I5-17).

Não há qualquer elogio do Senhor à igreja em Laodicéia e Sardes (v.1). Laodicéia não foi censurada por heresia, facções ou imoralidade. O problema daquela congregação é o mesmo de inúmeros crentes da atualidade: autojustiça, indolência, duplicidade religiosa, transigência com o erro e auto-engano (vv. 16, 17).

1. A duplicidade religiosa (vv.15,16). Era uma igreja espiritualmente morna e que agradava a todos. O estado espiritual de Laodicéia era deplorável. É evidente que essa Igreja era morna porque o seu pastor também o era (v.14).

O rebanho, até certo ponto, é o reflexo de seu pastor ou dirigente. Mornidão fala de duplicidade, hipocrisia, fingimento - coisas que Deus abomina. “Aborreço a duplicidade”, diz o Salmo 119.113. A Palavra condena a duplicidade de coração (Tg 1.8; 4.8); de ânimo (I Tm 3.8); de linguagem (Pv 17.20; Mt 5.37); e de senhores (Mt 6.24).

2. A condição final de Laodicéia (v.17). “Um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”. “De nada tenho falta”, diziam. “Desgraçado”, por estar arruinado. “Miserável”; porque perdeu o que tinha. “Pobre”, por ter regredido. “Cego”, por estar em trevas. “Nu”, por não andar em retidão.

3. O engano da auto-suficiência humana. “De nada tenho falta” (v.17). Este é o princípio de nossa queda. O crente avivado em Deus, nunca estará satisfeito no sentido de não precisar mais das coisas do Senhor. Jesus disse: “Bem- aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6).

III. CRISTO, A SOLUÇÃO PARA A IGREJA (VV18, 19).

1. O conselho amoroso do Senhor. Um sábio e santo conselho deve ser acatado e posto em prática. Trata-se de um conselho do divino Conselheiro (Is 9.6). Uma igreja sem Cristo, luz e santidade (v.20), pode ainda reconciliar-se com o Senhor e obter tudo o que perdeu ao deixá-Lo.

2. “Ouro provado no fogo” (v. 18). Corresponde a fé em Cristo (I Pe 1.7). Essa fé não é apenas necessária à vida cristã, mas vital e essencial: “pois o justo viverá da fé” (Rm 1.17). O profeta do avivamento, Habacuque, já apregoara esta verdade (Hc 2.4). Sem fé não há relacionamento com Deus (Hb 11.6).

3.”Vestidos brancos” (v.18). É símbolo da justiça e santidade (Sl 132.9; Is 61.10; Ap 19.8). São dois lados do mesmo assunto. Justiça é a santidade vista do lado humano. Santidade é esse estado do ponto de vista de Deus. Ler Ap 19.8; 2 Co 5.21; Fp 3.9.

4. “Colírio” (v.18). Corresponde a restauração da visão espiritual que vem pelo Espírito.

5. “Eu repreendo e castigo” (v.19). Castigo não é o mesmo que punição, pois visa a correção (Pv 15.3 1). O aço e o ouro, tão necessários e úteis, são fabricados e purificados por meio do fogo. As operações são diferentes, mas o fogo é um só. O mesmo pode ocorrer a uma igreja desobediente como Laodicéia.

6. “Arrepende-te” (v.19). Não há sincero arrependimento, sem que haja mudança. Arrepender- se é voltar para Deus (Mt 2 1.29). O incrédulo arrepende-se para a salvação, enquanto o crente, para endireitar a sua vida com Deus. Esse arrependimento é precedido de “tristeza segundo Deus” (II Co 7.10).

IV. CRISTO, O SEU CONVITE E PROMESSA (VV. 20-22).

1. “Estou à porta e bato” (v.20). Neste texto, temos uma cena triste e, ao mesmo tempo, a mais confortante do mundo! Cristo do lado de fora, rejeitado pelos crentes e ansiosos para entrar. Uma expulsão tríplice:

a) Expulso da nação israelita - pela rejeição;
b) Expulso pelo mundo - por meio da crucificação;
c) Expulso da igreja - mediante a insatisfação e o mundanismo. Mesmo assim, vemos o insondável amor de Cristo por sua igreja nos vv. 19 e 20.

2. “Se alguém” (v.20). Jesus não se dirige à igreja, mas a cada indivíduo. Ele não força a conversão do incrédulo, nem a reconciliação do desviado. Ele aguarda com paciência, pois somente o dono da casa pode abrir-Lhe a porta do coração.

3. A promessa de Cristo (v.21). A promessa está restrita aos vencedores:

a) “Ao que vencer”. A vida cristã autêntica está situada em um campo de batalha contra as forças do Mal. Brincar de religião, de ser crente, de igreja, é comprometer o destino eterno de si mesmo.

b) “Sentar-se comigo no meu trono”. Graça Maravilhosa! A maior promessa dentre as sete feitas às igrejas do Apocalipse.



V. CARACTERÍSTICAS DE UM REAL AVIVAMENTO

O avivamento espiritual de que precisamos como no princípio, tem como características as seguintes expressões:

1. Contrição total pelo Espírito Santo. É neste contexto espiritual que o avivamento se instala e o Espírito assume a primazia e predomina.

2. Amplo perdão e reconciliação (At 4.32). No primeiro avivamento da igreja, a Bíblia diz: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam”.

3. Santidade de vida, dentro e fora da igreja. Se um avivamento não resultar nessa mudança de vida, tudo não passará de mero entusiasmo, artificialismo e emoção.

4. Renovação espiritual. Batismo com o Espírito Santo acompanhado de línguas estranhas e manifestação dos dons espirituais.

5. Segundo o modelo da Palavra de Deus (Sl. 119.25, 154). Sem inovações descabidas; distorções ou manipulação humana.

6. Amor, zelo e freqüência à Casa do Senhor. A Casa de Deus vem sofrendo por falta de avivamento dos que a freqüentam.

CONCLUSÃO

Quando ou em que situação a igreja carece de um avivamento do Espírito?
Decerto, quando nela prevalecer o comodismo e a indiferença (Ez 37.9); a sonolência espiritual (Ef 5.14); a insensibilidade (Cl 4.17; 2 Tm 1.6); o secularismo (Rm 12.2), e, quando passa somente a defender-se do mal, em vez de atacá-lo. Não queres hoje mesmo ser renovado pelo Espírito Santo?


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2006

O QUE SÃO AS VERDADES PENTECOSIAIS

O QUE SÃO AS VERDADES PENTECOSIAIS

TEXTO ÁUREO = “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 46)

VERDADE PRÁTICA = As verdades pentecostais evidenciam, de modo nítido, a manifestação sobrenatural de Deus na terra para a realização de seus propósitos.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE ATOS 2.14-18, 37,38

INTRODUÇÃO

As verdades pentecostais são fatos incontestáveis revelados na Bíblia Sagrada. Elas foram prometidas e cumpridas integralmente na vida dos que creram, os quais experimentaram manifestações poderosas de Deus em suas vidas, que os levaram a falar e a realizar proezas em nome de Jesus, resultando na salvação de almas e na expansão do Reino de Deus.

1. AS VERDADES PENTECOSTAIS

1. No Antigo Testamento. Poderemos vê-las das seguintes formas:
a) Nas profecias. As quais falavam da vinda do Espírito e de sua obra entre os homens, através de Isaías (Is 28.11, 12; 44.3, 4), Salomão (Pv 1.23), Joel (Jl 2.28, 29), Zacarias (Zc 12.10) etc.

b) Nos símbolos do Espírito Santo. Os quais revelam, de modo específico, suas diversas manifestações na vida dos que crêem, como: chuva, para frutificação (Os 6.3; SI 72.6); óleo, para unção do poder (Ec 9.8; Sl 133.2, 3; At 10.38); orvalho, para revigoramento (Os 14.5-7); vento, para a vida abundante (Ez 37.9, 10) e impetuosidade (At 2.2, 3); fogo, para manifestação da glória divina (Lv 9.23, 24; 2Cr 7.1); rio, para dessedentar (Is 44.3,4; Jo 7.37- 39) etc.

c) Na prefiguração do poder manifestado nas vidas de: Gideão (Jz 6.34), para liderar; Sansão (Jz 14.6), para grandes proezas; Bezaliei (Ex 31.1-6), para edificação; Josué (Dt 34.9), para substituição; Davi (1 Sm 16.13), para vitórias etc. 2. No Novo Testamento. Encontramos as verdades pentecostais nas promessas de Deus através de João Batista (Mt 3.11), e principalmente de Jesus (At 1.4, 5, 8), que, ao subir ao céu, rogou ao Pai que enviasse o Espírito Santo à igreja (Jo 14.12-18; 16.5-15), deixando bem claro que este poder capacitaria seus discípulos a fazer obras maiores que as dEle (Jo 14.12). Essas verdades também estão bem claras no batismo no Espírito Santo, como veremos adiante.




II. CARACTERÍSTICAS DAS VERDADES PENTECOSTAIS

1. Bíblicas. Quando o poder do Espírito foi derramado na Igreja, Pedro reconheceu imediatamente esse fato como o cumprimento da promessa feita através do profeta Joel (At 2.16-19; 312.28, 29) e, principalmente, a que fora feita pelo Senhor Jesus (At 2:33; Jo 14.26; 15.26; 16.7, 13; At 1.4). Posteriormente, ele e Paulo reconheceram como sendo também a promessa feita através de João Batista (At 11.16; 19.1-4; Mt 3.11, 12).

2. Atuais. Essas verdades são também para os nossos dias (At 2.39), pois vivemos na dispensação do Espírito (2 Co 3.8). O Espírito Santo foi enviado para ficar conosco (Jo 14.26), para batizar-nos. E Ele não mudou (1 Co 12.4-6; Tg 1.17). Ainda hoje, todo aquele que pedir esse poder o receberá, desde que o peça com perseverança (Lc 11.9-13), obediência (At 5.32) e fé (Jo 7.37- 39).

3. Experimentais. Milhões de crentes têm experimentado a manifestação desse poder através do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais da mesma maneira como ocorria na Igreja Primitiva (At 2.1-4; 11.15). Naquela Igreja, o derramamento do poder ocorria de três formas: “de repente”, como no dia de Pentecostes (At 2.1-4); pela imposição de mãos, como ocorreu em Samaria (At 8.15-18); e, pelo poder da palavra, como ocorreu em Cesaréia (At 10.44-46), e na vida de Paulo (At 9.17, 18; 1 Co 14.18).

III. A REALIDADE DAS VERDADES PENTECOSTAIS

1. No Pentecostes, entre os judeus convertidos. Todos foram batizados no Espírito Santo (At 2.1- 4), que passou a operar entre eles com o dom de sabedoria e ciência (At 2.22, 36), discernimento (At 5.4, 5), curas (At 5.11) etc. Também pregavam com coragem e autoridade (At 4.13, 20, 31, 33). As manifestações de poder eram tão grandes entre eles que os descrentes ficavam “pasmados”“maravilhados”, “assombrados” e “atônitos (At 2.7, 12; 3.10, 11; 4.13), levando-os a se compungirem em seus corações (At 2.37), para receberem a salvação por meio de Jesus (At 2.41, 47; 4.4; 5.14, 18).

2. Em Cesaréia entre os gentios convertidos. Quando Pedro pregava na casa de Cornélio, enfatizou ele a obra redentora de Jesus (At 10.43). Resultado: os ouvintes creram e tiveram “os seus corações purificados pela fé” (At 15.9). Como testemunho, o Senhor batizou-os no Espírito Santo (At 15.8), pois “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra” (At 10.44), e, como conseqüência: “falavam línguas” - a evidência clara do batismo, fato este que Pedro identificou, pois “falavam línguas” da mesma maneira que ele e outros haviam falado no Pentecostes (At 10.47; 11.15-17). “Magnificavam a Deus”, certamente isso era ouvido através de profecias, ou o por meio do dom de variedade de línguas junto com as interpretações destas.


IV. A ATUALIDADE DAS VERDADES PENTECOSTAIS

1. A experiência da rua Azuza. Em 9 de abri1de 1906, em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, o pastor Willian J. Seymour e mais sete irmãos de sua igreja foram batizados no Espírito Santo, depois de uma busca incessante da promessa. A manifestação do poder de Deus foi tão grande em sua igreja, que precisou de um espaço maior para acomodar o povo que para lá afluía. Descobriu então uma igreja Metodista Episcopal, que estava abandonada na Rua Azuza, 312, onde fundou a missão Evangélica da Fé Apostólica. As manifestações do poder de Deus foram aí tão extraordinárias, que até os jornais seculares as publicavam, O ambiente estava saturado pelo poder de Deus, O desejo de santidade, as orações e os cânticos espirituais eram uma realidade. Muitos eram batizados no Espírito Santo e falavam línguas; os dons espirituais manifestavam- se de maneira copiosa.

2. A experiência de Daniel Berg e Gunnar Vingren. Ambos de origem sueca, haviam emigrado ainda jovens para a América, em épocas diferentes. Ai, tomaram conhecimento do avivamento pentecostal, e ao buscarem-no, receberam-no de forma gloriosa. Assim Vingren descreve sua experiência: “O Senhor Jesus me batizou como Espírito Santo e fogo. Quando recebi,., falei línguas como está escrito que aconteceu com os discípulos no dia de Pentecostes”. De igual modo gloriosa, foi a experiência de Daniel Berg. Posteriormente,já amigos e buscando juntos ao Senhor, receberam dele a revelação de virem para o Brasil onde, em 18/06/1911, em Belém do Pará, fundaram as Assembléias de Deus.

CONCLUSÃO

A experiência pentecostal hoje é uma realidade. Milhões de crentes, em todo o mundo, a tem vivenciado. Jesus continua a salvar, a curar os enfermos, a batizar no Espírito Santo e a distribuir dons espirituais. São as “armas” espirituais com as quais a Igreja tem triunfado (2 Co 10.4-6; Zc 4.6), “pisando” assim as forças inimigas (Lc 10.19), e ganhando as almas para os céus (At 1.8). Se estivermos dispostos a pagar o preço do avivamento (2 Cr 7.14; 2 Sm 24.24), Deus fará coisas ainda maiores (Jo 1.51; 14,12) entre nós.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1998

A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

TEXTO AUREO = “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.10).

VERDADE PRÁTICA A descida do Espírito Santo é o cumprimento da promessa de Deus e marca o início da era da salvação, que terminará com a vinda de Cristo.

LEITURA EM CLASSE = ATOS 2.1-13,38

INTRODUÇÃO

A manifestação das línguas tem sido objeto de extensos debates. A experiência vivida pelos apóstolos nessa ocasião foi um fenômeno completamente novo. A Noiva de Cristo através dos séculos vem experimentando essas experiências pentecostais.

1. DIA DE PENTËCOSTE

1. “Cumprindo-se o dia de Pentecoste” (v. 1). Pentecoste (Nm 28.26) era uma das três principais festas judaicas, instituídas por Deus, através de Moisés. Páscoa (Lv 23.4- 8) e Tabernáculos (Lv 23.34) são as outras duas. Essas festividades solenes eram significativas e apontavam para o Messias.

a) Páscoa. Era a comemoração da saída dos filhos de Israel do Egito, também chamada de Festa dos Pães Asmos ou Ázimos (porque nela o pão era sem fermento), comemorada ainda hoje pelos judeus. Para nós, ela se cumpriu no sacrifício de Jesus, pois o cordeiro pascal, descrito em Êxodo 12.3-8, apresenta os requisitos encontrados em Cristo.

b) Festa dos Tabernáculos. Chamada em hebraico de “Sucot”, comemora o período em que os filhos de Israel viveram em cabanas no deserto, quando saíram do Egito (Lv 23.33-43). Era a última festa do ano e durava oito dias. Era uma festividade alegre (Lv 23.40). Está mencionada em João 7.37-39. Ela representa o gozo e a alegria dos crentes. O quadro profético ainda não se cumpriu: será no Milênio.

c) Pentecoste. É uma palavra grega que significa “qüinquagésimo”, porque essa festa era celebrada 50 dias após a Páscoa (Lv 23.15,16). Chamada em hebraico de “Shavuot”, plural de “shavua “, significa “semana”, mas é também conhecida como a Festa das Primícias, pois coincidia com o fim da colheita de trigo. O nome “Festa de Pentecoste” ficou assim conhecido, por ser realizada no qüinquagésimo dia após a Páscoa.
2. Reunidos no mesmo lugar (v. 1). Havia quase 120 discípulos, incluindo as corajosas e heroínas pessoas anônimas que tiveram participação efetiva na obra de Deus (At 1.15). O local era o Cenáculo, em Jerusalém (At 1.13), onde perseveravam “unanimemente em oração e súplicas” (At 1.14). À luz do contexto reunidos no mesmo lugar fala de unanimidade de propósito, esperando a promessa do Pai.

II. A VINDA DO ESPÍRITO SANTO

1. Barulho vindo do Céu (v.2). Vento e fogo são dois dos símbolos do Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 3.8). A manifestação divina ligada ao fogo era comum no Antigo Testamento, tanto para trazer juízo (Jl 2.3), como para iniciar uma nova era ao povo de Deus (Ex 3.1,2).

2. Línguas repartidas como que de fogo (v. 3). Isso fala das diversidades de línguas. O fogo é a garantia de que Deus estava nesse negócio, visto que para os judeus a manifestação divina estava ligada ao fogo (Ex 3.2, 3; 19. 16-20; 1 Rs 18. 38; Lc 9.54).

3. “Todos foram cheios do Espírito Santo” (v.4). Nenhum dos patriarcas e profetas viveu essa experiência, embora alguns deles falassem desse evento mais como algo ainda para o futuro, pois, na época do Antigo Testamento, o Espírito Santo atuava sob medida.

a) Nomes do Espírito Santo no Antigo Testamento. O Espírito Santo está presente em todo o Antigo Testamento, a partir de Gênesis 1.2, de maneira expressa, pois, como terceira Pessoa da Trindade, Ele está onde surge o nome de Deus. A expressão “Espírito Santo” só aparece três vezes na Antiga Aliança (Sl 51.11; Is 63.10,11).

b) Divindade e personalidade no Antigo Testamento. E apresentado como Deus pessoal no Antigo Testamento: “O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em sua boca, disse o Deus de Israel...” (2 Sm 23.2,3).

c) Obras do Espírito Santo no Antigo Testamento. Atuou na criação do Céu e da Terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do homem (Jó 33.4). Inspirou os profetas do Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21). Por essa razão, o profeta era chamado de “homem do Espírito” (Os 9.7).


d) O Espírito Santo no Novo Testamento. O homem do Antigo Testamento desconhecia a experiência pentecostal, pois a descida do Espírito Santo foi para que ficasse conosco “para sempre.” Era a promessa de Jesus para a Dispensação da Igreja (Jo 14.16).

e) “Cheio do Espírito Santo”. O que significa ser “cheio do Espírito Santo”? É uma figura de linguagem. Significa que alguém abriu espaço em sua vida, para que o Espírito Santo possa operar sem restrição.

III. FALAR LÍNGUAS

1. “Começaram a falar em outras línguas” (v. 4). Era Babel às avessas. Naquela torre, ninguém se entendia, pois um não compreendia o que o outro dizia (Gn 11.7-9). Em Jerusalém, no Pentecoste: “cada um os ouvia falar na sua própria língua” (v. 6).

a) O duplo milagre. Essas línguas não eram da Terra. A palavra “línguas”, nos versículos 3 e 4, é glossa.(grego). Mas o vocábulo “língua”, nos versículos 6 e 8, é dialektos, (grego). O que isso significa? Que o milagre foi duplo: Os discípulos falaram línguas desconhecidas (glossa), e cada representante dessas 17 nações ouvia-os em sua própria língua (dialektos).

b) Língua do Céu. Língua estranha não é o mesmo que língua estrangeira, a qual há sempre quem possa entender, mas a língua estranha só compreende quem o Espírito Santo revelar. Disse o apóstolo Paulo: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1 Co 14.2).

c) Exemplo prático. John L. Sherrill, em seu livro Eles Falam em Outras Línguas, pp. 153-155, afirma que apresentou a seis lingüistas (três deles da Universidade de Colúmbia) fitas de vozes de pessoas que falavam em línguas, que ele gravou em cultos pentecostais. Um deles era técnico no estudo de estruturas lingüísticas. Ao ouvirem essas fitas, não puderam identificar coisa alguma dessas línguas. Disseram que eram línguas estruturadas, embora não as identificassem.

2. Línguas como evidência do batismo no Espírito Santo. Ter o Espírito Santo não é o mesmo que ser batizado no Espírito Santo. Os discípulos, mesmo antes do Pentecoste, já tinham o Espírito Santo (Jo 20.22). O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder que capacita o crente a fazer a obra de Deus, principalmente, para fazer missões (At 1.8; Lc 24.49).

a) Como se sabe que alguém foi batizado no Espírito Santo? A evidência desse batismo é o falar línguas. No dia de Pentecoste eles falaram línguas (v. 4).
Antes disso, ninguém tivera tal experiência. Na casa de Cornélio, como Pedro soube que o Espírito Santo desceu sobre eles? “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46).

b) Perigo das inovações. Há igrejas neopentecostais que não têm noção dessa evidência e confundem ter o Espírito Santo com o batismo no Espírito Santo. Ultimamente, estão inventando muitas práticas exóticas sem apoio bíblico.
Eu já vi alguém dizer: “Eu falo línguas”, e outra pessoa responder para ele: “Fale”, e ele começar a falar. Há também pessoas que querem ajudar Jesus fazer a obra: Falam línguas e mandam as pessoas que ainda não foram batizadas imitá-las.

3. O batismo no Espírito Santo hoje (v. 38). Não há qualquer indicação no Novo Testamento de que a promessa do batismo no Espírito Santo seja algo meramente para o primeiro século, como defendem expositores antipentecostais. A promessa é para “tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”. Há registros de que ao longo da história do Cristianismo, diversos cristãos falaram línguas. Irineu, Agostinho, Lutero, Wesley e muitos outros. Com o avivamento cio País de Gales, de Kansas e da rua Azuza, quase simultaneamente, o fenômeno das línguas voltou a ser algo generalizado, e não meramente uma raridade.

CONCLUSÃO

A promessa do Espírito Santo diz respeito, principalmente, aos “últimos dias”, e não à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão “derramarei o meu Espírito” por “derramarei do meu Espírito”. Isso mostra que o Pentecoste foi o início da Dispensação do Espírito Santo, e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos vivendo.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1996

PEDRO, O PREGADOR DO PENTECOSTE

PEDRO, O PREGADOR DO PENTECOSTE

TEXTO ÁUREO = “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse- lhes: Varões judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras” (At 2.14)

VERDADE PRÁTICA = O segredo da permanência do poder pentecostal, que recebemos, é dar plena liberdade ao Espírito Santo, sobre as nossas vidas.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO - At 3.14-24

INTRODUÇÃO

Antes de falarmos de Pedro como pregador do Pentecoste, que é o assunto principal desta lição, falaremos um pouco de sua vida, sua conversão e sua experiência com Deus. Sua chamada para o ministério apostólico se deu quando ele estava em plena atividade de sua profissão de pescador (Mt 4.18-22).

Pedro era irmão de André e filho de certo Jonas (Mt 16.17), e natural de Betsaida (Jo 1.44). Era casado (Mt 8.14), não se apartava de sua esposa, nem mesmo em suas viagens missionárias (1 Co 9.5). Seu nome de nascimento era Simão. Quando, porém, Jesus o chamou para se integrar em seu ministério, como um dos seus apóstolos, mudou o seu nome chamando-o de Pedro (Mt 16.18).

Pedro, em grego, significa pedra; e Simão é forma abreviada de Simeão, que significa “famoso”. Os escritores católicos romanos, para defenderem a primazia de Pedro, como papa, dizem que ele residiu em Roma por 25 anos, de 42-67 a.D.
Outros, no entanto, negam essa opinião. Uma terceira versão admite que Pedro esteja algum tempo em Roma e que, nesse período, escreveu suas epístolas. Esta opinião é mais correta.

I. PEDRO BUSCA O PENTECOSTE

Antes do Pentecoste, Pedro participou dos grandes e maravilhosos momentos junto com Jesus. Assistiu à ressurreição do filho de Jairo (Lc 8.51). Participou da reunião da transfiguração (Mt 17); do milagre da moeda tirada da boca do peixe, pescado por ele (Mt 17.27). Teve o privilégio de ter os seus pés lavados por Jesus (Jo 13.6-10). Ouviu a voz de Deus falando com Seu filho Jesus Cristo (Mc 9.2-3). Não obstante, cortou a orelha de Malco (Jo 18.10,11); negou a Cristo, vergonhosamente, diante de uma criada (Mc 14.68).

Assistiu à ascensão do Senhor (At 1.11-13). Após a ressurreição, Jesus ordenou que ele fosse para Galiléia onde se encontraria com ele (Mc 16.7). No entanto ele foi pescar, voltando à profissão antiga, levando também outros companheiros (Jo 21.3).

Para apascentar o Seu rebanho, Jesus exigiu que ele se convertesse (Jo 21.15). Pregou o primeiro sermão para a escolha do substituto de Judas (At 1.15-17).
Foi este homem, cheio de falhas, que se tornou no grande pregador do, pentecoste.

1. Pedro busca o batismo com Espírito Santo. Não é possível ser um bom pregador pentecostal, sem, antes haver recebido o batismo com o Espírito Santo.
Pedro ouviu Jesus, não somente pregar, mas, ensinar, doutrinar, acerca do batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; AT 1.4,5, 8).

Após a ascensão do Senhor Jesus, Pedro e os demais apóstolos foram para o Cenáculo buscar a promessa do Pai (At 1.13,14). Foi um período de dez dias de oração, que começou depois da ascensão (quarenta dias depois da ressurreição (At 1,3), e durou até o dia de Pentecoste (cinqüenta dias depois da ressurreição (At 2.1).

O alvo da oração era receber o batismo com o Espírito Santo, conforme a promessa de Jesus (Lc 24.49). Devemos pedir aquilo que desejamos, com objetividade, assim como os apóstolos e os demais que com eles estavam no Cenáculo. Devemos pedir aquilo que Deus prometeu ou promete.
Elias pediu o que Deus havia prometido (I Rs 18.1,41- 46). Moisés orou quarenta dias, pedindo aquilo que mais desejava, e obteve a resposta (Dt 9.25,26).

2. Pedro recebe a promessa (At 1.13,14; 2.1-4). “Todos foram cheios do Espírito Santo”, inclusive Pedro. Não ficaram ocupados com discussões estéreis, se Jesus realmente batizava ou não, nem expressaram dúvidas sobre se esta bênção era para aquele tempo ou para mais tarde.

Pelo contrário, creram na promessa de Jesus e ficaram orando. Assim resolveram o problema. Por que não fazemos o mesmo nos dias de hoje? Muitos ficam discutindo o assunto, outros ficam querendo ensinar, ou estabelecer regras para se receber o batismo com Espírito Santo. A melhor regra é a que está escrita na Palavra de Deus. É entrar no “cenáculo” e pedir, suplicar, até que seja revestido de poder (At 1.13,14; Lc 24.49).

Muitos, hoje, não são batizados, porque não querem “subir ao cenáculo” uns dizem que querem quando Jesus quiser; outros, ainda, mais pessimistas, dizem: “eu não mereço”. Devemos crer nas promessas do Senhor e fazer conforme Ele ordena: “Pedi, pedi” (Mt 7.8). Você, sendo batizado com o Espírito Santo, terá melhor e maior condição de ensinar, de pregar e de testemunhar acerca do Pentecoste, assim como fez Pedro
(At 2. 14-18).

3. Pedro fala às multidões. Pedro, agora, cheio do Espírito Santo, tinha convicção, ousadia, por isso, “Pondo- se em pé, levantou a sua voz” (At 2.14).
O crente cheio do Espírito Santo não fica sentado, calado e amedrontado, diante dos ouvintes; mas fala com poder e ousadia às multidões.Oito anos depois, Pedro, diante dos irmãos em Jerusalém, defendendo-se das acusações dos legalistas, por ele haver pregado aos gentios, disse: “Quando eu comecei a falar caiu o Espírito Santo, como a nós no princípio”, referindo-se ao dia de Pentecoste (At 11.15), quando ele e os demais foram batizados com o Espírito Santo.
Sejamos pentecostais semelhantes a Pedro.

II. O DISCURSO DE PEDRO NO PENTECOSTE

O batismo com o Espírito Santo, conforme aconteceu no dia de Pentecoste, quando todos os que o receberam davam glória a Deus, falavam línguas e profetizavam, maravilhando o povo (At 2.6,7), é normal nos dias de hoje.
Foi necessário que Pedro se levantasse e explicasse ao povo, o que estava acontecendo naquele dia (At 2.16). Citando as Escrituras ele disse que o batismo com o Espírito Santo está vinculado aos “últimos dias”.

Cremos e ensinamos que esses “últimos dias” se iniciaram com a vinda de Jesus a este mundo (Hb 1.2) e se prolongará até o fim dos séculos, incluindo vários “dias proféticos”, como o dia do Senhor Jesus Cristo “(Fp 1.6; Co 1.8), que é o dia do arrebatamento da Igreja, e o chamado “Dia do Senhor” (I Ts 5.2-4; II Pe 3.10), que será o dia do juízo de Deus sobre os ímpios.

1. “Estes homens não estão embriagados” (2.15). Muitas mentiras, muitas calúnias, têm sido lançadas sobre os evangélicos através dos tempos, especialmente os das Assembléias de Deus, que foram pioneiros do movimento pentecostal neste País. Vemos aí a primeira mentira contra os primitivos pentecostais: “estão cheios de mosto”. Foram chamados de beberrões de vinho!
Quantos irmãos pentecostais têm sofrido com as calúnias, até mesmo daqueles que se dizem crentes em Cristo. A esposa de Davi, a filha de Saul, censurou o seu esposo, quando este estava cheio do Espírito Santo (II Sm 6.14), chamando- ode vadio (II Sm 6.16,20). Precisamos conhecer bem a Palavra de Deus, para responder àqueles que nos acusam.

2. “Não é assim como vós pensais” (2.15). Alguns dizem que Pedro era analfabeto, sem cultura, “sem letras e indouto” (At 4.13). Não é bem assim. Cremos que Pedro, antes de ser apóstolo era homem “sem letras”; mas duvidamos que depois de passar mais de três anos ouvindo e aprendendo aos pés do Mestre dos mestres, Pedro continuasse indouto. Na verdade, Pedro tornou-se um homem de conhecimentos profundos. De outro modo, como um homem sem letras teria tido condições de escrever coisas tão sábias, tão profundas (I Pe 3.19-22; 2Pe 3.15,16). A Igreja e a Escola Dominical precisam de pregadores e mestres pentecostais que vivam, preguem e ensinem sob a inspiração de Espírito Santo; e que usem o nome Pentecostal, não apenas como “bandeira”, mas como realidade, tal como usava o personagem desta lição, o apóstolo Pedro.

III. PEDRO EXPLICA O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

Em seu discurso, Pedro explica que esta bênção viria “sobre toda a carne” (At 2.17), isto é, dos que crêem em Jesus. Apesar de ser oferecida a todos, nem todos a recebem, uns porque não crêem, outros porque não buscam, outros, ainda, porque não desejam. Não obstante, a promessa é para todos. Para todas as igrejas, para todos os crentes, para todos “quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39). Você foi chamado por Deus? Então creia, o Pentecoste é para você também.

1. A promessa do batismo com o Espírito Santo. “Sobre meus servos e minhas servas” (2.18). Pedro, citando as profecias de Joel, diz que o derramamento do Espírito Santo é sem distinção de classe social, sexo, ou idade. A promessa do derramamento do Espírito é de abrangência universal. É para tantos quantos o Senhor chamar. Não importa que sejam “senhores” ou “servos”, isto é, nobres ou plebeus, sábios ou indoutos, ricos ou pobres, crianças, jovens ou velhos.

Cremos que o batismo com Espírito Santo é uma bênção subseqüente à salvação, diferente do batismo nas águas. O batismo em águas é feito pelo homem em obediência ao mandamento do Senhor Jesus (Mt 28.19,20), e o batismo como Espírito Santo é efetuado pelo Senhor, de conformidade com as Suas promessas (Lc 24.49; At 1.5).

Os apóstolos em Jerusalém enviaram Pedro e João a Samaria, a fim de que orassem pelos que criam no Evangelho, para que estes recebessem o Espírito Santo. Foi por isso que também o apóstolo Paulo perguntou aos novos convertidos de Éfeso, se eles já o haviam recebido (At 19.1- 3). Como a resposta foi negativa, Paulo orou e eles foram batizados como Espírito Santo.

2. A abrangência da promessa. O Pentecoste muda, transforma, levanta, encoraja e aviva. Aquele Pedro, que dias antes, tremera diante de uma criada, negando o seu Mestre, agora, batizado com O Espírito Santo, põe-se de pé e fala com ousadia, dizendo: “Escutai as minhas palavras” (At 2.14); “Isto é o que foi dito pelo profeta Joel” (At 2.16; JL 2.28-32).

Gerações passaram, desde o profeta Joel, sem ver o cumprimento desta profecia. Profetas, reis e sacerdotes foram, em ocasiões especiais, revestidos pelo Espírito Santo (Nm 11.25; Dt 34.9; Jz 6.34; 11.29; 14.6; I Sm 16.13).

Mas nunca, antes, o Espírito foi derramado, como no dia de Pentecoste. O Pentecoste foi o início de uma nova era ou dispensação, ou ministério do Espírito (2 Co 3.8). Pedro se refere a uma época (aos “últimos dias “v. 17),que começou no dia de Pentecoste e só terminará com “O grande dia do Senhor”.

O Pentecoste, portanto, não é apenas um fato histórico e transitório, restrito a uma época, ele é permanente, é receptível, e é “para tantos quantos nosso Senhor chamar” (2.39).

O Pentecoste foi e sempre será acompanhado de milagres e poder sobrenatural da parte de Deus. Pentecoste, sem milagres, sem poder, sem cura divina, sem profecia, sem línguas estranhas, sem mudança de vida, sem confissão e abandono de pecado, sem santidade não é Pentecoste. Sem o Pentecoste a Igreja não teria o poder para evangelizar (At 1.8).

IV. O FRUTO DA MENSAGEM PENTECOSTAL

A mensagem pentecostal é sempre ungida. Compunge os corações e promove perguntas: “Que quer isto dizer?” Promove arrependimento e conversão dos pecadores (2.41). No memorável dia de Pentecoste, três mil almas creram em Jesus e foram batizadas em águas, como resultado da mensagem pentecostal.
Pela manhã, no cenáculo, 120 crentes foram batizados com Espírito Santo.

Ao findar do dia, três mil pessoas haviam sido salvas, batizadas em águas e acrescentadas à Igreja do Senhor. A mensagem pentecostal produz vida, convicção doutrinária, milagres, amor pelas almas e pela igreja, e louvor. Onde há pentecoste, há louvores a Deus. Onde há pentecoste, há salvação de almas, curas divinas e batismo com Espírito Santo (2. 4 1-47). É interessante notar que quando a Lei foi promulgada (Ex 32.28), três mil pessoas foram mortas. Quando a Graça foi anunciada, na unção do Espírito Santo, três mil pessoas foram salvas (At 2.41). Este é o fruto da mensagem pentecostal. Aleluia!


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1988

O Dia de Pentecostes

O Dia de Pentecostes

CAPÍTULO 2

Muitos séculos se interpuseram entre a promessa do Messias (até as mais recentes) e sua vinda, mas entre a promessa do Espírito e sua vinda transcorreram apenas alguns dias. Durante esse período, os apóstolos, mesmo tendo recebido ordens para pregar o evangelho a toda criatura e começando por Jerusalém, ficaram totalmente parados por falta de vento, incóguitos e escondidos, sem fazer pregações. Mas, neste capítulo, o vento norte e o vento sul despertando-os, coloca-os no púlpito. Temos aqui: 1. A vinda do Espírito sobre os apóstolos e sobre quem estava com eles no dia de Pentecostes (vv. 1-4). II. As especulações que o fato ocasionou entre as pessoas do mundo todo que, na ocasião, estavam em Jerusalém (vv. 5-13). III. O sermão que Pedro pregou a essas pessoas depois dessas ocorrências.

Na prédica, ele mostra que o derramamento do Espírito era o cumprimento de uma promessa do Antigo Testamento (vv. 14-21), era outra confirmação de que Jesus era o Messias, fato já comprovado por sua ressurreição (vv. 22-32), e era o produto e evidência da sua ascensão ao céu (vv. 33-36). IV O bom efeito deste sermão, que ocasionou a conversão de muitos à fé de nosso Senhor Jesus Cristo e seu acréscimo ao registro de membros da igreja (vv. 37-41). V A devoção eminente e atos de caridade desses primeiros cristãos, e os símbolos manifestados da presença de Deus com eles e do poder neles (vv. 42-47).

O Dia de Pentecostes = vv. 1-4

Temos aqui a narrativa da vinda do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus. Observe: Quando e onde ocorreu a vinda do Espírito Santo, pois são detalhes particularmente notáveis para a maior certeza das coisas.

1. A vinda do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus ocorreu quando o dia de Pentecostes se cumpriu. Esta é referência à maneira de falar sobre a instituição desta festa: Sete semanas inteiras serão (Lv 23.15), contando-se do dia da oferta das primícias, que era o dia logo após a Páscoa, o décimo sexto dia do mês de abibe, o dia em que Jesus ressuscitou.

Cumprindo-se esse dia, ou seja, havia passado completamente a noite precedente e uma parte do dia. (1) O Espírito Santo desceu na hora de uma festa solene, porque havia uma grande multidão em Jerusalém proveniente de todas as regiões da nação e prosélitos de outros países. Essas pessoas tornariam a festa mais pública e espalhariam sua fama mais cedo e mais rápido, contribuindo muito para a propagação do evangelho em todas as nações. Como se deu na Páscoa e se dá hoje, as festas judaicas serviram para divulgar os cultos e as festividades do evangelho. (2) Esta festa de Pentecostes era feita em memória do recebimento da lei no monte Sinai, de onde datamos a incorporação da igreja judaica.
O Dr. Lightfoot entende que foram mil e quatrocentos e quarenta e sete anos antes deste Pentecostes. Era pertinente, pois, que o Espírito Santo fosse dado nessa festa, em fogo e em línguas, para a promulgação da lei evangélica, não para uma nação, mas para toda criatura. (3) Esta festa de Pentecostes ocorreu no primeiro dia da semana (Jo 20.1,19), mais uma referência ao valor desse dia. E outra confirmação de ser ele o sábado cristão (este é o dia que fez o Senhor, Sl 118.24). O domingo é um memorial permanente na igreja destas duas grandes bênçãos: a ressurreição de Jesus e o derramamento do Espírito, ambas ocorridas nesse dia da semana.

Isso serve para justificar nossa observância desse dia sob o nome oficial e título honorifico de odiado Senhor (Ap 1.10), fazendo-nos ainda vivenciar a santificação desse dia em louvores a Deus particularmente por duas grandes bênçãos. Na minha opinião, a cada dia do Senhor, durante o ano, devemos mencionar de modo pleno e específico, em nossas orações e louvores, estas duas bênçãos. E o que fazem algumas comunidades ao mencionarem a ressurreição de Jesus no dia da Páscoa e o derramamento do Espírito em pequena dose aos domingos. Quando o fizermos, que o seja com sentimento apropriado!

2. A vinda do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus ocorreu quando estavam todos reunidos no mesmo lugar. O texto não diz em particular que lugar era esse. Talvez tenha sido no templo, para onde se dirigiam em ocasiões públicas (Lc 24.53), ou no próprio cenáculo onde se reuniam em outros tempos.

Seja como for, aconteceria em Jerusalém, porque esta fora a cidade onde o Senhor escolhera colocar seu nome. A profecia anunciava que dessa cidade sairia a palavra do Senhor para todas as nações (Is 2.3). Agora, eis o lugar do encontro geral de todas as pessoas devotas; ali Deus prometera encontrá-las e abençoá-las; ali Ele as encontra com a bênção das bênçãos. Jerusalém desonrou por demais a pessoa de Cristo. Mesmo assim, Ele lhe prestou essa declaração como ensino para o seu remanescente de todos os lugares e tempos; Ele o fez em Jerusalém.

Nessa cidade, os discípulos se reuniram num único recinto, num espaço pequeno que não conteria todos. E ali estavam todos reunidos de comum acordo. Não nos esqueçamos quantas vezes, enquanto o Mestre estava com os discípulos, houve [...] entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior (Lc 22.24). Mas agora todas estas disputas e querelas acabaram, pois ninguém mais procedia assim. A porção que já tinham recebido do Espírito Santo, quando Jesus o assoprou sobre eles, corrigira em boa medida os erros nos quais essas contendas se fundamentavam e os dispusera ao amor santo.

Ultimamente, eles oravam mais juntos que o habitual (v. 14), e isso os fez amar uns aos outros ainda mais. Por sua graça, Ele assim os preparou para o dom do Espírito Santo, pois a pomba santa não vem onde há barulho e tumulto, mas se move sobre a face de águas tranqüilas e não turbulentas. Queremos que do alto o Espírito seja derramado em nós (Lc 24.49)?
Então, estejamos todos reunidos no mesmo lugar de comum acordo, e, a despeito da diversidade de sentimentos e interesses, como sem dúvida havia entre esses discípulos, concordemos em amar uns aos outros. Onde os irmãos vivem em união, [...] ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133.1,3).

Como o Espírito Santo veio sobre os discípulos de Jesus. Lemos muitas vezes no Antigo Testamento que Deus desceu em uma nuvem, como quando Ele tomou posse do tabernáculo e, tempos depois, do templo, evidenciando a escuridão daquela dispensação. E Jesus subiu ao céu em uma nuvem para nos dar a entender que somos mantidos na escuridão em relação ao mundo superior. Mas o Espírito Santo não desceu em uma nuvem. Ele viria para dispersar e espalhar as nuvens que cobrem a mente humana e para trazer luz ao mundo.

1. Esta é uma convocação audível dada aos discípulos para despertar suas expectativas de algo grande (v. 2). O texto sacro diz: (1) Que o Espírito Santo veio de repente, não se foi formando gradualmente, como fazem os ventos comuns, mas atingiu sua força subitamente. Veio mais cedo do que esperavam, assustando até os que estavam juntos esperando e provavelmente ocupados em exercícios religiosos. (2) Que veio do céu um som, como uma trovoada (Ap 6.1).

As Escrituras registram que Deus tira os ventos dos seus tesouros (Sl 135.7) e os encerra nos seus punhos (Pv 30.4). Este som veio dele, como a voz de alguém clamando: Preparai o caminho do Senhor (Mt 3.3). (3) Que era o som, como de um vento, pois o modo de o Espírito proceder é igual ao do vento: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem (Jo 3.8). Quando o Espírito de vida estava para entrar nos ossos secos, o profeta recebe a ordem de profetizar ao espírito: Assim diz o Senhor Jeová: Vem dos quatro ventos, ó espírito (Ez 37.9). E embora o Senhor não viesse a Elias no vento; contudo, isso o preparou para receber a descoberta de si mesmo na voz mansa e delicada (1 Rs 19.11,12).

O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade (Na 1.3), e Ele falou com Jó de um redemoinho (Jó 38.1). (4) Que era um vento veemente e impetuoso. Era forte e violento, e veio com grande estrondo e com muita força, como se fosse derrubar tudo que estivesse pela frente. O propósito disso era demonstrar a poderosa te- fluência e operação do Espírito de Deus na mente dos homens, e através deles, no mundo, para que eles fossem poderosos em Deus para a destruição de fortalezas (2 Co 10.4). (5) Que encheu toda a casa em que estavam assentados.

Provavelmente isso alarmou a cidade inteira, mas para mostrar que era sobrenatural, concentrou-se meramente naquela casa. E semelhante ao que pensam certos estudiosos ao afirmarem que o vento enviado para deter Jonas afetou somente o navio onde ele se encontrava (Jn 1.4) e também que a estrela dos magos posicionou-se somente por cima da casa onde o menino se achava. Isso dirigiria as pessoas que observavam o fenômeno a ir ao local investigar o significado do que acontecia.
O vento que encheu a casa deixou os discípulos apavorados, ajudando-os a ficar em posição multo séria, reverente e tranqüila para o recebimento do Espírito Santo. Assim as convicções do Espírito abrem caminho para os seus consolos; e as rajadas violentas desse vento santo preparam a alma para as suas brisas suaves e sussurrantes.

2. Este é um sinal visível do dom que os discípulos receberam. Eles viram línguas repartidas, como que de fogo (v. 3), as quais pousaram — ekhatise. Não foram as línguas repartidas que pousaram, mas Ele, o Espírito (assim significado), que pousou sobre cada um deles, como ocorreu com os profetas de antigamente. Ou conforme a descrição do Dr. Hammond: “Houve o surgimento de algo parecido com a luz de fogo em chamas sobre cada um deles, que se dividiu e, assim, assumiu a semelhança de línguas divididas ou repartidas próximo das suas cabeças”. A chama de uma vela é algo semelhante a uma lingua. Existe um meteoro que os naturalistas chamam ignis lambens — uma chama suave, não um fogo voraz, como fora este. Observe:

(1) Houve um sinal exterior perceptível para confirmar a fé dos discípulos e convencer as outras pessoas. O mesmo sucedia com os profetas de antigamente. Eles tinham sua primeira missão confirmada por sinais para que todo o Israel soubesse que eles foram consagrados profetas.

(2) O sinal dado foifogo para que a predição de João Batista relativa a Jesus se cumprisse: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt3.11), ou seja, com o Espírito Santo como com fogo. Os discípulos estavam na festa de Pentecostes celebrando o recebimento da lei no monte Sinai. A lei foi dada em fogo, por isso foi chamada lei de fogo como o evangelho é chamado evangelho de fogo. A missão de Ezequiel foi confirmada por uma visão de brasas de fogo ardentes (Ez 1.13), e a de Isaías por uma visão de brasa viva que lhe tocou os lábios (Is 6.6,7). O Espírito, como fogo, derrete o coração, separa e queima a escória, e acende sentimentos santos e devotos na alma. E na alma, como no fogo que está sobre o altar, que são oferecidos os sacrifícios espirituais. Este é o fogo que Jesus veio lançar na terra (Lc 12.49).

(3) Este fogo apareceu na forma de línguas repartidas. As operações do Espírito são muitas. O falar em diversas línguas é uma dessas operações e foi separado para ser a primeira evidência do dom do Espírito Santo, ao qual este sinal serve de referência. [1] Eram línguas, pois é proveniente do Espírito que temos a palavra de Deus, e é pelo Espírito que Jesus falaria com o mundo. Ele deu o Espírito aos discípulos para dotá-los de conhecimento e de poder para espalhar e proclamar ao mundo o que eles sabiam, visto que a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útíl (1 Co 12.7). [2] Estas línguas eram repartidas, dando a entender que Deus dividiria entre todas as nações o conhecimento da sua graça, assim como está escrito que Ele, por sua providência, reparte a elas a luz dos corpos celestes (Dt 4.19).
As línguas foram divididas, mas mesmo assim os discípulos continuavam de comum acordo, pois pode haver uma unidade sincera de sentimentos onde há diversidade de expressão. O Dr. Lightfoot observa que a divisão de línguas na torre de Babel foi a expulsão dos pagãos. Quando eles perderam o único idioma no qual pregavam sobre Deus, perderam todo o conhecimento de Deus e da religião, e caíram na idolatria. Mas agora, depois de cerca de dois mil anos, Deus, por meio de outra divisão de línguas, restabeleceu o conhecimento de si mesmo para as nações.

(4) Este fogo pousou sobre os discípulos durante algum tempo para denotar a habitação constante do Espírito Santo neles. Os dons proféticos de outrora eram conferidos esparsamente e apenas em poucas ocasiões, mas os discípulos de Jesus sempre teriam consigo os dons do Espírito, embora o sinal talvez logo desaparecesse. Não sabemos se estas chamas de fogo passaram de um para o outro, ou se havia tantas chamas quantas pessoas. Mas tinham de ser chamas fortes e brilhantes para que fossem visíveis à luz do dia, pois o dia, que ainda é hoje, chegara.

Quais foram os efeitos imediatos disso? (v. 4). 1. Todos foram cheios do Espírito Santo de maneira mais plena e poderosa que antes. Eles foram cheios com a graça do Espírito e ficaram mais que nunca sob a sua influência santificadora. Agora eles eram santos, espirituais, menos apegados a este mundo e mais bem familiarizados uns com os outros. Eles ficaram mais cheios do consolo do Espírito, alegraram-se mais que nunca no amor de Jesus e na esperança celestial, e, nisso, todas as suas aflições e medos foram absorvidos.
Eles também foram, como prova disso, enchidos com os dons do Espírito Santo, que é o propósito específico do evento narrado nesse texto. Eles foram dotados de poderes milagrosos para proveito do evangelho. Para mim, está claro que não só os doze apóstolos, mas todos os cento e vinte discípulos foram igualmente cheios do Espírito Santo nessa ocasião. Todos os setenta discípulos, que eram homens apostólicos e envolvidos na mesma obra, bem como todos os demais que também pregariam o evangelho.

Em Efésios 4.8,11, está escrito expressamente: Subindo ao alto, quando Jesus ascendeu ao céu (que se refere a isso, v. 33), Ele deu dons aos homens: uns para apóstolos (como foram os doze), outros para profetas, outros para evangelistas (como eram muitos dos setenta discípulos, pregadores itinerantes) e outros para past ores e doutores estabelecidos em determinadas igrejas, como supomos que mais tarde alguns deles foram. O todos aqui tem de se referir ao todos que estavam reunidos (v. 1; cap. 1.14,15). 2. Todos [...] começaram o,falar em outras línguas, além da língua materna que cada um falava, mesmo sem nunca haver aprendido essas outras línguas. Os assuntos de que tratavam não eram conversas comuns, mas eram a palavra de Deus e louvores ao seu nome, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem, ou lhes dava a falar, apophthengesthai — proferir apotegmas, declarações significativas e de peso, dignas de se manter na memória.
A situação, provavelmente, não era uma pessoa falando uma língua e outra, uma segunda e, assim por diante (como ocorreu com as muitas famílias que se espalharam em Babel), mas a cada um era permitido falar diversas línguas, conforme a ocasião. E presumimos que entendiam aquilo que diziam e também o que os outros diziam, privilégio de que os construtores de Babel não dispunham (Gn 11.7).

Não falavam, aqui e ali, uma palavra em outra língua, ou gaguejavam algumas frases incompletas, mas falavam com exatidão, fluência e elegância como se fosse sua língua nativa, pois tudo o que é produzido por milagre tem de ser da melhor qualidade. Eles não falavam por haverem pensado ou meditado previamente, mas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Era o Espírito Santo que lhes concedia o conteúdo e a língua. (1) Este era um milagre de grande porte, um milagre ocorrido na mente (e assim tinha muito da natureza de um milagre do evangelho), pois é na mente que as palavras são formadas.

Eles nunca tinham aprendido estas línguas, nem também qualquer língua estrangeira que poderia ter-lhes facilitado o aprendizado dessas. Ao que parece, nunca tinham sequer ouvido tais línguas, nem tampouco possuído a mínima noção delas. Não eram nem estudantes nem viajantes, nem haviam possuído qualquer oportunidade de aprender idiomas por intermédio de livros ou conversação. Pedro era bastante atrevido para falar em sua própria língua, mas os demais não eram porta-vozes, nem eram ágeis de entendimento. Mas agora o coração dos imprudentes entenderá a sabedoria; e a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente (Is 32.4). Quando Moisés reclamou: Sou pesado de boca, Deus respondeu: Eu serei com a tua boca. E acrescentou:

Arão [...]falará por ti ao povo (Ex 4.10,12,16). Mas Deus fez mais para estes seus mensageiros: aquele que fez a boca do homem refez a boca destes. (2) Este era um milagre extremamente adequado, necessário e útil. Os discípulos falavam aramaico, um dialeto hebraico. Por isso, era necessário que eles fossem dotados com a capacidade para entenderem o hebraico, idioma em que o Antigo Testamento foi originalmente escrito, e o grego, idioma em que o Novo Testamento será originalmente redigido. Mas isso não era tudo.

Eles foram comissionados a pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15), a ensinar todas as nações (Mt 28.19). Há aqui uma dificuldade insuperável se revelando: Como eles dominariam os muitos idiomas para que falassem inteligentemente a todas as nações? Seria o trabalho de uma vida inteira alguém aprender todas as línguas da época. Portanto, para provar que Jesus lhes daria autoridade para pregar às nações, Ele lhes dá a capacidade de pregar na língua de cada uma dessas nações. Ao que parece, este foi o cumprimento desta promessa que Jesus fez aos discípulos: Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas (Jo 14.12).

Para que isto fosse devidamente reconhecido e considerando todos os fatos, as obras maiores teriam de ser maiores que as curas miraculosas que Jesus fez. O próprio Jesus não falava em outras línguas, nem capacitou os discípulos a fazê-lo, enquanto estava com eles. Este foi o primeiro efeito do derramamento do Espírito sobre eles (v. 18). O arcebispo Tillotson pensa que se agora pessoas de mente genuína procurassem sincera e vigorosamente converter os infléis ao cristianismo, Deus favoreceria extraordinariamente tal tentativa dispondo-lhes toda assistência adequada, como fez na primeira proclamação do evangelho.

O Dia de Pentecostes = vv 5-13

Há aqui um relato da notícia que se espalhou em Jerusalém sobre o dom extraordinário que todos os discípulos subitamente receberam. Observe:
IA grande confluência de pessoas em Jerusalém era maior que o habitual em época de festa do Pentecostes (v. 5). Em Jerusalém estavam habitando ou havia judeus que eram varões religiosos, inclinados à religião e que tinham o temor de Deus diante dos olhos (conforme significa a palavra corretamente).

Alguns eram prosélitos de justiça, porque foram circuncidados e aceitos na igreja judaica, ao passo que outros eram apenas prosélitos de portão, porque abandonaram a idolatria e se entregaram à adoração do verdadeiro Deus, sem, contudo, obedecerem à lei cerimonial. Parte desses que agora estavam em Jerusalém era de todas as nações que estão debaixo do céu, para onde os judeus foram espalhados ou de onde foram feitos prosélitos.

A expressão é hiperbólica, denotando que havia pessoas das regiões mais bem conhecidas do mundo de então. Tanto como Tiro foi, ou Londres é, o local de encontro de homens de negócio do mundo inteiro, Jerusalém, naquela época, era o local de encontro de pessoas religiosas de todas as regiões. 1. Temos uma lista de alguns países de onde esses estrangeiros vieram a Jerusalém (vv. 9-11).

Alguns vieram de países orientais, como os partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, que são a posteridade de Sem. Então passamos para a Judéia, a qual deve ser mencionada, porque, embora a língua dos habitantes da Judéia fosse a mesma dos discípulos, contudo eles a falavam com o sotaque e dialeto do norte do país (és também galileu, Mc 14.70, pois a tua fala te denuncia, Mt 26.73). Mas agora, depois do Pentecostes, empregavam-na tão corretamente quanto os próprios habitantes da Judéia.

Em seguida, vêm os habitantes de Capadócia, Ponto e daquele país ao longo do Proponto, denominado particularmente de Asia, sendo estes os países para os quais esses estrangeiros foram dispersos e para quem Pedro mais tarde escreveu (1 Pe 1.1). Depois, vêm os moradores da Frígia e Panfília, que se situavam em direção oeste, sendo a posteridade de Jafé como também o eram os forasteiros romanos.
Havia também alguns que moravam na região sul do Egito e partes da Líbia, junto a Cirene; outros que residiam na ilha de Creta e outros que habitavam os desertos da Arábia. Mas, originalmente, compunham-se todos ou de judeus que foram espalhados nesses países, ou de prosélitos convertidos à religião judaica, sendo nativos desses países. O Dr. Whitby observa que os escritores judeus dessa época, como Fion e Josefo, falam que os judeus habitavam em todas as regiões
da terra inteira e que não há um povo na terra entre os quais não habitem alguns judeus. 2. O motivo que reuniu todos esses judeus e prosélitos em Jerusalém nesta época.

Não foi para fazer urna visita passageira em Jerusalém durante a festa do Pentecostes, porque o texto diz que eles estavam habitando lá. Eles alugavam quartos em casas particulares, porque nesse tempo havia a expectativa geral do aparecimento do Messias. As semanas de Daniel haviam acabado de se cumprir, o cetro se arredara de Judá e o pensamento geral era que logo se havia de manifestar o Reino de Deus (Lc 19.11). Isso fez com que as pessoas que eram mais zelosas e devotas fossem a Jerusalém e permanecessem temporariamente lá, para que tivessem parte antecipada no Reino do Messias e as bênçãos desse reino.

O temor que tomou conta dos estrangeiros quando ouviram os discípulos falar nas suas próprias línguas. Pelo visto, os discípulos falaram em vários idiomas antes que as pessoas desses respectivos idiomas viessem a eles, pois se subentende (v. 6) que foi a propagação dessas notícias que ajuntou a multidão. Foram, sobretudo, as pessoas de diferentes países que ficaram mais abaladas com esta operação de maravilhas (1 Co 12.10) que os próprios habitantes de Jerusalém.

1. Os estrangeiros observaram que os que falavam eram todos galileus, pessoas que não conheciam outra língua exceto a materna (v. 7). Eram pessoas de baixo nível cultural, de quem ninguém esperaria nada culto ou educado. Deus escolheu as coisas loucas e fracas loucas deste mundo para confundir as sábias e fortes (1 Co 1.27). O povo pensava que Jesus fosse galileu, mas seus discípulos realmente eram pessoas incultas e ignorantes.

2. Os estrangeiros reconheceram que os discípulos falavam inteligente e prontamente cada um na língua desses estrangeiros (os quais eram juízes muito competentes). Falavam de modo tão correto e fluente que nenhum dos seus próprios compatriotas poderia falar melhor: Nós os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos (v. 8), ou seja, ouvimos um ou outro deles falando em nossa língua nativa. Os partos ouviam um deles falar seu idioma, os medos ouviam outro falar o seu e assim sucessivamente: Todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus (v. 11). Seus respectivos idiomas eram desconhecidos em Jerusalém e, provavelmente, menosprezados e subestimados.
Portanto, não só era uma surpresa, mas uma surpresa agradável eles ouvirem o idioma do próprio país deles sendo falado, como ocorre naturalmente com os que são estrangeiros em terra estrangeira. (1) As palavras que os estrangeiros ouviam os discípulos pronunciarem diziam respeito às grandezas de Deus, megaleia tou Theou — Magnalia Dei, as grandes coisas de Deus. E provável que os discípulos falassem sobre Jesus, a redenção por meio dele e a graça do evangelho. Essas são realmente as grandes coisas de Deus, que serão para sempre coisa maravilhosa aos nossos olhos (Sl 118.23). (2) Os estrangeiros ouviram os discípulos louvarem a Deus por essas grandes coisas e ensinarem as pessoas acerca destas coisas, na língua de cada uma delas, segundo percebiam a língua das pessoas que os ouviam ou daqueles que lhes faziam perguntas.

Mas talvez por estarem habitando há algum tempo em Jerusalém, esses estrangeiros ganharam certo domínio no idioma hebraico, habilitando-os a entender o que os discípulos queriam dizer, caso tivessem falado nesse idioma. [1] O fato era muito estranho e ajudava a convencer o juízo dos estrangeiros de que esta doutrina era de Deus, pois as línguas eram um sinal [...] paro. Os incrédulos (1 Co 14.22, versão RA). [2] O fato era muito prazeroso aos sentidos e ajudava a prender as emoções dos estrangeiros, visto que era indicação clara do privilégio estendido aos gentios.

Esse fato também sinalizava que o conhecimento e o culto a Deus já não estariam restritos aos judeus e que a parede de separação seria derribada. Para nós é alusão clara da mente e vontade de Deus de que os registros sagrados das grandezas de Deus seriam preservados por todas as nações e em sua própria língua. As Escrituras seriam lidas e o culto público feito nas línguas comuns das nações.

3. Os estrangeiros ficaram curiosos em saber o que era que estava acontecendo e consideraram o fato surpreendente: Todos se maravilhavam e estavam suspensos (ou seja, em êxtase, que é o significado da palavra, v. 12). Eles estavam em dúvida sobre qual era o significado disso. Supunham que tinha a ver com o estabelecimento do Reino do Messias, do qual possuíam altas expectativas. Eles perguntavam a si mesmos e uns aos outros: Ti an theloi touto einai; — Quid hoc sibi unlt? — Qual é a tendência disso? Seguramente é para dignificar e, assim, distinguir estes homens como mensageiros do céu. Portanto, como aconteceu com Moisés junto à sarça ardente, assim eles se viraram para lá e viram esta grande visão (Ex 3.3).

O desprezo que alguns nativos da Judéia e Jerusalém deram ao fato, provavelmente os escribas, os fariseus e os principais dos sacerdotes que sempre resistiam ao Espírito Santo. Diziam: Estes homens estão cheios de mosto, ou seja, vinho doce, dando a entender que eles beberam demais neste tempo de festa (v. 13). Não que eles fossem tão faltos de entendimento a ponto de pensar que vinho em excesso faria as pessoas falarem línguas que nunca aprenderam. Mas estes, sendo judeus nativos, não sabiam, como os estrangeiros, que o que era falado era realmente os idiomas de outras nações.
Por isso, para eles soava palavreado desconexo e sem sentido, como bêbedos, como às vezes falavam aqueles loucos de Israel (2 Sm 13.13). E semelhante à ocasião em que eles resolveram não crer no dedo do Espírito nos milagres de Cristo, e eles saíram com esta: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios (Mt 9.34). Assim, quando resolveram não crer na voz do Espírito na pregação dos apóstolos, eles saíram com esta: Estes homens estão cheios de vinho novo. Portanto, se chamaram beberrão ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos? (Mt 10.25; 11.19).


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Mathew Henry - Novo Testamento Edição Compelta