segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DEUS PROCURA HOMENS QUE..

 
HEBREUS 11: 7

DEUS PROCURA HOMENS QUE..
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1. TENHAM FÉ, COMO NOÉ

Noé construiu uma arca e escapou a um horrendo julgamento.
A fé nos impelirá a fazer algo que será o cumprimento da vontade de Deus a nosso respeito.

Pois nossas missões, que são ímpares para cada um de nós, exigem uma expressão ímpar de fé.
O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo,
Como também pregador da justiça (2 Pedro 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser.  

2. SEJAM OBEDIENTES, COMO ABRAÃO.

"Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. - Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar" - Hebreus 11.17-18

A fé e a obediência são inseparáveis entre si,
Assim como também são inseparáveis a incredulidade e a desobediência.
A obediência de Abraão certamente sacrificaria todo o seu bem-estar.
Não fora Deus a fazer a intervenção, o plano teria sido executado.
A fé foi o fator que levou à vitória ela conferiu a Abraão seu melhor momento de obediência.  

3- SEJAM HUMILDES, COMO MOISÉS

"Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os israelita Moisés, porém, respondeu a Deus: “Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito? Deus afirmou: “Eu estarei com você. Esta é a prova de que sou eu quem o envia: quando você tirar o meu povo do Egito, vocês prestarão cultos a Deus neste monte” - Êxodo 3. 10-12. 

Moisés não era apenas Moisés; ele era o Moisés em quem Deus estava cumprindo o Seu propósito.
Esse é um segredo universal de homens verdadeiramente grandes: 

A HUMILDADE.

Eles são capacitados mediante a presença e o poder divino.
O projeto era de Deus, e não de Moisés. Moisés seria apenas um instrumento.
Naturalmente, suas habilidades naturais e seu conhecimento seriam usados no plano de Deus. 

4. SEJAM VALOROSOS, COMO GIDEÃO

"Então, o Anjo do SENHOR veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para salvá-lo dos midianitas. Então, o Anjo do SENHOR lhe apareceu e lhe disse: O SENHOR é contigo, varão valoroso" - Juízes 6.11-12. 

Certamente, o “SENHOR” (verso 14), e o “anjo do SENHOR” (verso 12), são a mesma pessoa aqui neste caso.
Os teólogos chamam essa forma de manifestação divina, de “teofania”, i.e., uma manifestação de Deus em forma física.
Todos que, como Gideão, procuram com toda dedicação servir a Deus.
Terão a presença atuante e dinâmica de Deus com eles. 

5. SEJAM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS, COMO DAVI.

“... O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração”... Então o SENHOR disse a Samuel: “É este! Levante-se e unja-o”. - Samuel apanhou o chifre cheio de óleo e o ungiu na presença de seus irmãos, e, a partir daquele dia, o Espírito do SENHOR apoderou-se de Davi. “E Samuel voltou para Ramá” - I Samuel 16.7b, 12b e 13.

“... o Senhor vê o coração...” O homem vê a aparência de uma pessoa ou coisa,
E assim faz julgamentos precipitados. Mas Deus vê a realidade do homem ou coisa,

Os homens são facilmente enganados e atos tolos ocorrem por causa de decepções.
Samuel não deveria olhar para a aparência infantil de Davi, mas deveria ungí-lo para ser o próximo rei de Israel,

Em cumprimento à vontade soberana de Deus, por tudo aquilo que Deus viu naquele menino e dele se agradou.
 Deus multiplicou a capacidade de Davi
Aumentou-se-lhe a inteligência e a perspicácia o Espírito do Senhor apoderou-se de sua vida
 “Foi que o jovem pastor cresceu para tornar-se um herói, um estadista, um erudito, um sábio, um rei de profunda visão”. 

6. SEJAM ÍNTEGROS, COMO JÓ.

"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal" - Jó 1.1.
Nunca darei razão a vocês! Minha integridade não negará jamais, até a morte.  - Manterei minha retidão, e nunca a deixarei; enquanto eu viver, a minha consciência não me repreenderá - Jó 27.5-6.

O temor de Deus e o desviar-se do mal são o fundamento da vida irrepreensível e da retidão de Jó.

“Sincero” refere-se à integridade moral de Jó e à sua sincera dedicação a Deus.

“Reto” denota retidão nas palavras, nos pensamentos e atos.
Esta declaração da retidão de Jó é reafirmada pelo próprio Deus no Capítulo 1.8 e no 2.3.

Onde, claramente, se vê que Deus, pela sua graça, pode redimir os seres humanos caídos,
 E torná-los genuinamente bons, retos e vitoriosos sobre o pecado. 

7. PREGUEM E SOFRAM PELO NOME DE JESUS, COMO PAULO.

"Mas o Senhor disse a Ananias: “Vá”! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel.  -  Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome”.  - Então Ananias foi, entrou na casa, pôs as mãos sobre Saulo e disse:
“Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que lhe apareceu no caminho por onde você vinha, enviou-me para que você volte a ver e seja cheio do Espírito Santo” - Atos  9. 15 a 17. (NVI)

“... instrumento escolhido...” “Um vaso escolhido, selecionado.
O Senhor Jesus escolheu a Saulo, antes deste ter escolhido ao Senhor Jesus.
E o próprio Paulo, já apóstolo, sentia-se ser um vaso de barro indigno de encerrar tão grande tesouro (ver II Coríntios 4. 7).

Mas também uma chamada para sofrer por amor a Cristo.
Paulo foi informado desde o início que ele sofreria muito pela causa de Cristo.
No reino de Cristo, sofrer por amor a Ele é um sinal do mais alto favor de Deus (Mateus 5. 11, 12; Romanos 8. 17; II Timóteo 2. 3). 

AMÉM!





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LIÇÕES DA LIDERANÇA DE NEEMIAS


LIÇÕES DA LIDERANÇA DE NEEMIAS


E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Ne 1.4)


A igreja do século 21 necessita de líderes autênticos que se J’i dediquem com afinco na obra do Senhor. Pode parecer sem sentido, em pleno século 21, buscarmos inspiração na liderança de um homem que viveu quase quinhentos anos antes de Cristo, mas a Igreja do Senhor Jesus, que se constitui dos que o aceitaram como Salvador carece de modelos autênticos de liderança pautados nos princípios da sua Palavra. Neemias, então, é um dos grandes exemplos para os nossos dias. Neste capítulo apresentamos um resumo da sua liderança com base nos textos já comentados.


A ciência da administração oferece subsídios que podem ser aplicados à liderança eclesiástica. Sem cair no tecnicismo, é possível examinar o que há de interessante nos compêndios de administração. Mas é na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que os líderes devem buscar a inspiração para exercer sua gestão à frente das igrejas locais. Muitos modelos de igreja têm sido formulados e divulgados em publicações e editoriais em todos os lugares. E vários desses modelos não passam de modismos que surgem, mas que em poucos anos não se ouve mais falar neles. Quando se examinam tais propostas dc organização de igrejas, verifica-se que não passam de tentativas de apresentar algo inédito no que diz respeito à administração eclesiástica.


Contudo, verificando as páginas da Bíblia, observamos modelos especiais de liderança que servem de referência para os que desejam conduzir a igreja local conforme a vontade de Deus. O livro de Neemias é um desses exemplos de administração que podem e devem ser valorizados. Não obstante tratar-se de uma experiência de liderança desenvolvida há tantos séculos, contém princípios e orientações de grande valor para os líderes atuais.


Deus sempre Tem alguém para Usar


Neemias era um desconhecido. De acordo com alguns padrões estabelecidos, somente as pessoas que estão em evidência podem ser usadas por Deus. Contudo, segundo os mandamentos bíblicos, Deus usa quem se coloca a sua disposição. Quando quer, chama alguém que não tem relevância aos olhos dos homens. Ainda que o cargo de copeiro, exercido por Neemias, fosse de alta confiança, sua ação restringia-se às paredes do palácio. Entretanto, por causa de seu caráter e relacionamento com Deus, foi chamado de forma especial para uma grande missão.


Ele era desconhecido para os homens, incluindo seus compatriotas que se achavam em Jerusalém sofrendo os resultados da grande crise que se abatera sobre eles. Mas não era desconhecido de Deus.
Diz o salmista: “Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (SI 113.5-8).


Ester era uma desconhecida. O rei Assuero, da Pérsia, tomado de um acesso de vaidade, resolveu exibir os dotes fisicos e a beleza de sua esposa, Vasti, perante os convidados na festa nacional celebrada com pompas e luxo. Como sua esposa recusou-se a desfilar como uma “miss”, foi destituída do trono. Para seu lugar foi determinado que se convocassem as mais belas moças do reino. Provavelmente, entre as “beldades” convocadas havia jovens ricas e de elevado nível de instrução. Entretanto, Deus entrou cm ação e fez com que uma jovem simples, órfã, criada por um primo, fosse a escolhida pelo rei. A jovem Ester, ou Hadassa, foi usada por Deus não apenas para ser rainha (Et 2.17), mas para ser instrumento em suas mãos a fim de livrar o seu povo da destruição.


Davi era um simples pastor de ovelhas. Quando o rei Saul perdeu a bênção de Deus em sua vida por ter desobedecido ao profeta Samuel, Deus determinou que o profeta fosse a Belém escolher um substituto para o desviado monarca. “Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei” (1 Sm 16.1). Quem seria o escolhido? Abinadabe? Samá? O que tivesse uma boa aparência?


Não. O escolhido foi o jovem Davi, o filho mais novo de Jessé, que cuidava das ovelhas de seu pai. Não era conhecido entre seus concidadãos. Sua vida era apascentar ovelhas nas campinas verdejantes, às margens de fontes de água, cuidando do rebanho de seu pai. Mas Deus pôs os olhos nele e o escolheu para ser um dos maiores reis de Israel. “Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o Senhor:
Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é. Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Sa muel se levantou e se tornou a Ramá” (1 Sm 16.13).


Poderíamos também discorrer sobre José, o filho de Jacó. Odiado pelos irmãos, vendido a desconhecidos, caluniado por uma mulher ímpia e lançado no cárcere, contudo exaltado por Deus para ser o governador do Egito e salvar o seu povo da fome. Por que não falar de Elias, que imaginou ser o único sobrevivente, mas Deus tinha sete mil para fazer sua obra? Falaríamos também de Elizeu, Amós, Obadias, Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos que foram homens simples, mas com qualidades que agradavam a Deus. Esses exemplos nos mostram que quando Deus decide usar alguém Ele não precisa de “pistolão” ou ser famoso. Para Deus o que de fato importa é disponibilidade do indivíduo, como já foi dito anteriormente.


Neemias um Líder Íntegro


Ele tinha integridade espiritual. Antes de tomar qualquer decisão, ele buscava a Deus em oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Ele teve sensibilidade ao saber da realidade em que se encontrava seu povo. Ao tomar conhecimento da triste situação em que se encontrava Jerusalém, ele não permaneceu como estava, como se nada estivesse acontecendo. Ele tomou uma atitude, que revela sentimento de interesse sincero e amor por seu povo.


Assentei-me e chorei, e lamentei.” Neemias não tinha a cultura machista do mundo ocidental que alardeia que “homem não chora”. Ele interrompeu o que estava fazendo e aguardou o momento adequado, e assentou-se tomado de intensa emoção. Chorou e lamentou a situação de seu povo. Não será isso o que está faltando em nossos dias? Homens de Deus que chorem e lamentem diante da situação trágica do nosso povo? Quando falamos “nosso povo”, referimo-nos à Igreja de Cristo em todo o mundo. O que estamos fazendo como líderes? Estamos chorando e lamentando pela Igreja? Em termos gerais, parece que não.


Ele tinha integridade moral. Dizem que três coisas podem derrubar os líderes: dinheiro, sexo e poder. Ao observarmos a história e as experiências de Neemias como líder, não vemos qualquer referência que desabone sua conduta.


1) Na área do dinheiro. Não obstante ter administrado recursos financeiros e patrimoniais na reconstrução dos muros de Jerusalém, não usou indevidamente das contribuições. Não foi desonesto, nem desviou recursos destinados à obra do Senhor para proveito pessoal. Quando percebeu os desmandos cometidos por administradores da obra, Neemias protestou: “Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos? Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo.


Deixemos este ganho. Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles. Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra” (Ne 5.9-12). Silva acentua o caráter de Neemias como um líder exemplar: “Neemias não deixou que nenhuma tentação material, como a de fazer investimentos em terrenos, que lhe poderiam render boas rendas e dividendos, o desviasse de sua meta que era a tarefa de reconstruir o muro. Para isso Deus o houvera chamado e por isso ele teria que responder diante de Deus”.’


2) Na área do sexo. À medida que lemos o livro de Neemias, não o vemos envolvido em relacionamentos ilícitos. Era comum os líderes buscarem muitas mulheres para si, pois a cultura da época permitia que o líder possuísse várias esposas e também concubinas, que lhe atendiam a qualquer hora em suas necessidades sexuais. Davi teve esposas e concubinas. Salomão perdeu-se ao formar um harém jamais visto na história de Israel. Contudo, Neemias soube portar-se como um verdadeiro líder, não se deixou levar pelos instintos carnais buscando aproveitar-se dos prazeres do sexo. Hoje conhecemos dezenas de casos de líderes cristãos que se envolveram em escândalos sexuais corrompendo até menores de idade.


3) Na área do poder humano. Uma vez alguém declarou: “Quer saber quem é o homem? Dê-lhe poder”. A experiência geral parece confirmar essa ideia. Há pessoas que quando são simples congregados ou membros comportam-se de forma ética, respeitosa e séria. Entretanto, ao assumirem um cargo na administração da igreja local, mudam completamente. Muitos se esquecem dos princípios bíblicos e se corrompem. Determinado líder de uma grande igreja passou a usar o dinheiro dos dízimos e das ofertas para proveito próprio. Adquiriu terrenos, casa, postos de gasolina, moeda estrangeira, veículos, e registrou-os em seu nome. Contudo, esse mesmo homem era radical com a questão dos costumes. Disciplinava os seus membros, sobretudo os jovens, por qualquer deslize, mas era um corrupto. No entanto, Deus o fez cair do “trono”.


Neemias soube administrar o poder que lhe f’ora conferido por Deus para ser o líder da restauração dos muros da Cidade Santa. Neemias não se corrompeu. Lord Acton, historiador católico, fez a seguinte declaração: “O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A história, portanto, confirma esse pensamento, pois grandes ditadores e líderes tornaram-se corruptos.


Neemias foi um exemplo de integridade no período em que administrou a reconstrução dos muros: “Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador. Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; ainda também os seus moços dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus” (Ne 5.14,15 —grifo nosso).


Eis a razão por que um homem de Deus não se corrompe no uso do seu cargo ou função: “Por causa do temor de Deus”. Se não houver esse temor, será grande a probabilidade da corrupção administrativa ou moral no desenvolvimento das funções eclesiásticas ou administrativas. Que Deus nos guarde desse péssimo exemplo.


4) Lição para os líderes de hoje. Com o crescimento dos evangélicos, grande parte dos líderes está comemorando. Entretanto, grandes ministérios parecem não se importar com os muros da moral e da ética arruinados. As portas espirituais estão queimadas em função do ecumenismo; o satanismo, por exemplo, tem boa aceitação nas altas esferas da sociedade.


A corrupção está presente em todos os poderes do país. A prostituição e o homossexualismo já estão banalizados, isto é, as pessoas agem e reagem como se essas práticas fossem normais. Escândalos praticados por líderes evangélicos são divulgados, e nós não choramos e nem lamentamos diante de Deus. Ainda que pareça um jargão, podemos dizer que chorar é preciso! O profeta Joel também teve que chorar e exortar os sacerdotes de seu tempo por causa da calamidade espiritual de seu povo: “Cingivos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus” (Jl 1.13).


Neemias valorizava a vida devocional. É de fundamental importância que o líder reserve em sua agenda momentos para o cultivo de sua vida devocionai, pois dessa forma estreita sua comunhão com Deus. Neemias era um líder que cuidava da sua vida secular, mas também zelava por sua vida espiritual.


1) A oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Neemias sabia onde buscar o socorro ante os desafios da liderança. Há obreiros que são excelentes pregadores, ótimos cantores, mas são descuidados quanto à vida de oração. A oração é a base da vida ministerial ao lado da leitura bíblica.


O obreiro precisa orar todos os dias. Começar um dia de trabalho sem oração é correr um grande risco de enfrentar situações dificeis sem encontrar a solução para os elas. O exercício diário da oração é um reforço maravilhoso para a dinamização da igreja local. Há um ditado proferido nos púlpitos que declara: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. A oração é a chave que abre as portas do sobrenatural quando o líder está buscando a unção do Espírito Santo. Neemias era homem de oração. Davi orava três vezes ao dia (Sl 55.17); Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10); Jesus orava diariamente (Mt 26.44a).


O salmista também tinha o costume de começar o dia orando e vigiando. Um hino antigo diz: “Bem de manhã, embora o céu sereno pareça o dia a calma anunciar, vigia e ora o coração pequeno, que um temporal pode abrigar”. Segundo o Pr. David Young Cho, pastor da maior igreja pentecostal, o segredo para uma boa liderança está na oração, se possível, feita mais de uma vez ao dia. O obreiro que ora tem ao seu dispor a energia e o poder de Deus para desenvolver seu ministério.


2) O estudo da Bíblia Sagrada. No sétimo mês do ano, Neemias reuniu o povo, na praça principal da cidade, para ouvir a leitura da Palavra de Deus (Ne 8.1). “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).


Neemias era homem de Deus dedicado à leitura e ao estudo da lei, por isso, estava entre os que ensinavam o povo a Palavra de Deus. Após a reconstrução dos muros ele percebeu que precisava reconstruir a vida espiritual do povo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.8,9 — grifo nosso). Neemias era o tirsala, ou seja, o governador da cidade. Seu tempo era ocupado nas atividades administrativas, legais e sociais. Mas ele não se descuidava do cuidado com a Palavra de Deus. Para ensinar, ele gastava horas lendo e estudando a Palavra do Senhor.


3) Lição para os obreiros de hoje. Assim como Neemias, o obreiro precisa ler e estudar a Bíblia diariamente para que tenha o que transmitir à igreja. Os dias são maus, por isso há muitos motivos para que o obreiro dedique-se mais ao estudo da Palavra de Deus.


Meditação: O salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97). “Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra” (Si 119.147). Thomas E. Trask: “Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro” (Trask, p. 17).


Prevenção: É necessário ter a palavra no coração para não pecar
(SI 119.11).


Consolo: “Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Si 119.50).


Direção divina: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).


Ordenamento ministerial: “Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl 119.133).


Espelhando-se em Neemias, o obreiro que lê a Bíblia diariamente toma-se sábio para dirigir o rebanho que lhe confiou o supremo Pastor.


O Obreiro e a Santificação


A vida espiritual do obreiro requer santificação, pois ela é condição indispensável para chegar-se a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor(Hb 12.14). Já vimos, no estudo do livro de Neemias, que ele era homem íntegro diante de Deus e do povo. A integridade é componente indispensável à santificação.


A santificação pessoal. Talvez seja uma das exigências que dê mais trabalho para ser alcançada. Normalmente, os obreiros envolvem-se tanto com as tarefas eclesiásticas e ministeriais que se esquecem de cuidar da sua própria alma, e isso é um grande perigo. Para santificação pessoal, o obreiro precisa considerar algumas coisas:


1) Apresentando-se a Deus. Antes de apresentar-se à igreja, às pessoas, o obreiro precisa ter consciência de que deve apresentar-se a Deus, e a Bíblia nos diz como devemos fazê-lo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2 Tm 2.15).


2) O cuidado de si mesmo. “Tem cuidado de ti mesmo, e da doutrina...” (1 Tm 4.16). Esse versículo enfatiza dois aspectos importantes na vida do obreiro. Primeiro, o cuidado de si mesmo. Segundo, o cuidado com a doutrina. Esses dois cuidados precisam andar juntos, um não pode ser bem-sucedido sem o outro. O cuidado de si mesmo pode ser visto de modo abrangente. O obreiro precisa cuidar de sua vida espiritual, moral, social, familiar e financeira. O cuidado com a doutrina refere-se ao zelo na ministração da Palavra e pelo fiel cumprimento da doutrina do Senhor. Para alcançar esse objetivo (esse cuidado), faz-se necessário que o obreiro seja disciplinado consigo e zeloso.


Como ter a santificação. O líder precisa desenvolver a santificação, que é o processo para alcançar a santidade. De acordo com a Bíblia, podemos anotar alguns cuidados a serem observados:


l) Andar em espírito (Gi 5.16,17);
2) Não deixar o pecado reinar em nosso corpo (Rm 6.12;
1 Ts 4.3);
3) Mortificar as obras do corpo (Rm 8.13);
4) Apresentar o corpo em sacrificio vivo e agradável a Deus (Rm 12.1);
5) Glorificar a Deus no corpo (1 Co 6.19,20).
6) Conservar o corpo irrepreensível para a vinda do Senhor (1 Ts 5.23).


O apóstolo Paulo declara: “Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (Rm 6.19). “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1 Ts 4.7).


A santificação no ministério. O ministério pastoral é um dos maiores desafios na vida de um homem. É glorioso e espinhoso ao mesmo tempo. É agradável e pesado, de igual modo. Somos obreiros “chamados” e “separados” por Deus (Rrn 1.5,6) para uma obra que muitos desejam, mas poucos possuem as características exigidas por Deus. Dentre essas características, a santidade aparece em destaque como condição indispensável para a realização da missão.


O grande problema do ministério é que o obreiro é um “vaso de barro” que pode se quebrar a qualquer momento, e que contém dentro dele um “tesouro” que lhe é entregue por Deus “para que a excelência do poder seja de Deus”, não do obreiro (cf. 2 Co 4.7). Para que “o vaso” (o obreiro) não se rache e não se quebre, é necessário que haja um exercício contínuo e permanente de santificação. É o cuidado de si mesmo e da doutrina (cf. 1 Tm 4.16).


O adversário do ministério, o Diabo, está de plantão 24 horas por dia tentando derrotar obreiros, ministros e pastores. A santificação do ministério exige do obreiro a crucificação com Cristo, e isso implica a crucificação do eu, de forma que tudo o que fazemos na igreja seja colocado em sacrificio santo e agradável a Deus no altar do serviço ao Senhor. A santificação do ministério pode ser vista sob alguns ângulos das tarefas pastorais:


A santificação do ministério da palavra. Certamente, a missão do pastor é mais desenvolvida através da transmissão da Palavra, da mensagem propriamente dita, para a igreja. Um obreiro, pastor ou líder, à frente do trabalho, precisa ter mensagens para transmitir ao rebanho. A verdadeira mensagem é aquela que vem de cima, que flui do Espírito de Deus para o espírito do mensageiro, e passa para a igreja, com unção e graça, de modo que todos são tocados pelo poder de Deus, transbordando em amor, temor e alegria espiritual.


Esse tipo de mensagem só pode existir se o obreiro buscar a presença de Deus com oração e jejum. Certo pregador dizia que muitos lhe indagavam sobre o segredo de ter tanta unção para transmitir mensagens ao povo. Veja a sua resposta: “O segredo é que muitos oram cinco minutos para pregar uma hora; eu oro uma hora para pregar cinco minutos”.


Paulo, extraordinário pregador, não confiou em sua formação privilegiada aos pés de Gamaliel. Escrevendo aos coríntios, ele disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4).
Ele confiava na eloquência do poder, em vez de se firmar no poder da eloquência. O ministério da palavra é santificado por uma vida pessoal de devoção e adoração a Deus. Sem exageros, podemos dizer que o livro de Neemias é um verdadeiro manual de liderança para os que têm a tarefa de estar à frente de uma igreja ou de um departamento. As lições daquele homem de Deus são válidas para a administração eclesiástica nos nossos dias, em que os desafios são cada vez maiores e mais dificeis de serem confrontados. Contudo, com a graça de Deus e a unção do Espírito Santo, é possível alcançarmos os objetivos da obra do Senhor seguindo os padrões de liderança que emanam de sua Palavra.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato